23/07/24
O prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) enfrenta uma enorme rejeição da população goianiense, como mostrou a pesquisa Serpes, divulgada pelo jornal O Popular. Cruz é aprovado por apenas 16% dos eleitores, enquanto 55,4% o rejeitam – sendo que 43,6% avaliam seu mandato como ‘péssimo’.
A aprovação pífia e a enorme rejeição de Rogério Cruz foram construídas ao longo de 3 anos e meio de uma administração que colecionou decisões equivocadas, ignorou problemas urgentes e transformou o Paço em um enorme balcão, com um ‘toma lá, dá cá’ sem fim.
Certamente existem muitos outros, mas seguem 10 motivos que levaram Rogério Cruz a se tornar, disparado, o pior prefeito nos 90 anos da capital.
1) Rompimento com MDB – Para abrir espaço para o Republicanos, Rogério Cruz começou a demitir quadros do MDB no terceiro mês de seu mandato. Em abril de 2021, o MDB decidiu romper com o prefeito e deixar o Paço. Com a saída, o projeto político e plano de governo de Maguito Vilela foram para o ralo.
2) Turma de Brasília – Sem quadros relevantes em Goiânia, o prefeito importou de Brasília nomes do Republicanos e colocou em pastas estratégicas do Paço. Alguns auxiliares não conheciam a cidade, a realidade local e nem mesmo as principais lideranças do Estado.
3) Poder aos vereadores – Além da turma do Republicanos, Rogério Cruz dividiu generosos espaços na prefeitura com os vereadores. Alguns se organizaram em grupos e tomaram secretarias, outros indicaram centenas de cargos. A cada votação importante para o Executivo, mais cargos e espaços para os vereadores em uma conta sem fim.
4) Fator Romário Policarpo – Presidente da Câmara e segundo na linha sucessória na capital, Romário manteve uma relação conturbada com o Paço. Indicou secretários (Planejamento, Mobilidade, Guarda Municipal), ao mesmo tempo que manteve posição crítica ao prefeito.
5) Crise do lixo – Rogério Cruz enfrentou muitas crises, nenhuma tão longa e persistente quando a coleta de lixo na capital. Sem planejamento, sem repor a estrutura da Comurg, o lixo passou a ser um problema ‘democrático’ desde os bairros nobres à periferia de Goiânia. A solução foi terceirizar parte da coleta, que ainda segue precária.
6) Cadê o dinheiro da Saúde? – Ninguém entendeu quanto o Paço começou a atrasar os repasses das maternidades de Goiânia, que sempre foram referência na capital. Depois, ainda houve rompimento com a cooperativa de médicos anestesistas, atrasando cirurgias até de urgência. Sem falar no atendimento cada vez mais precário nos Cais e UPAs.
7) Obras inacabadas – Rogério Cruz decidiu cancelar um contrato de empréstimo em execução deixado pelo ex-prefeito Iris Rezende. Com isso, obras importantes foram paralisadas. Depois, Cruz lançou o Goiânia Adiante, programa que abandonou algum tempo depois. Dezenas de escolas, Cmeis e unidades de saúde não saíram do papel.
8) O Interminável BRT – Capítulo à parte, Rogério Cruz prometeu diversas vezes e colocou data para inaugurar o BRT Norte-Sul, obra iniciada e paralisada na gestão Paulo Garcia (2010-2016) e destravada por Iris (2017-2020). O máximo que Cruz conseguiu, até o final de julho de 2024, foi inaugurar uma única estação.
9) Mais de 100 secretários – Desde que perdeu respaldo do MDB, politicamente o governo Cruz foi verdadeiro ‘barata voa’, vulnerável a qualquer grupo político aventureiro que lhe oferece algum apoio. Nessas idas e vindas, o prefeito nomeou mais de 100 auxiliares de primeiro escalão. Exemplo: a Secretaria de Comunicação teve seis titulares nesse período.
10) Polícia na porta – Com tantas mazelas, não demorou (ou melhor, até que demorou) a Polícia bater à porta do Paço. No primeiro semestre, a Prefeitura foi alvo de duas operações que investigaram fraudes em licitações em algumas das principais pastas. Entre os alvos, alguns das principais auxiliares de Cruz.