30/08/24
Nos primeiros dez dias da campanha eleitoral para a Prefeitura de Trindade, George Morais (PDT) adotou uma estratégia de distanciamento em relação a alguns de seus apoiadores mais controversos. Nomes como o ex-prefeito Ricardo Fortunato, o ex-deputado Nélio Fortunato e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, com quem George havia prometido uma parceria política, têm estado ausentes tanto em eventos públicos quanto nas redes sociais.
A aliança com os Fortunato, em particular, é emblemática. George Morais precisava do apoio dos irmãos para evitar o isolamento político, já que não conta com o suporte da máquina municipal nem com o respaldo do governo estadual. No entanto, o histórico do ex-prefeito Ricardo Fortunato, implicado em delações da Operação Lava Jato em 2017 por supostamente receber R$ 500 mil em caixa dois da Odebrecht para sua campanha de 2012, ainda causa desconforto. Desde o início oficial da campanha, a última vez que George mencionou Ricardo Fortunato em suas redes sociais foi no dia 8 de agosto, e mesmo assim, o ex-prefeito não apareceu no vídeo de uma colaboração compartilhada.
Outro ponto delicado para George é a aliança com Nélio Fortunato, vereador que teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) em setembro do ano passado por fraude na cota de gênero nas eleições, que envolvia candidatas fantasmas. A cassação de Nélio acrescenta mais uma camada de complexidade à campanha de George, que tem evitado destacar essa conexão em suas aparições públicas e postagens online. A defesa de Nélio ainda está em processo de recurso contra a decisão.
George também não tem mostrado interesse em exibir sua parceria com Rogério Cruz, prefeito de Goiânia. Apesar de ter acordado uma "dobradinha eleitoral" com Cruz, prometendo eventos conjuntos nas regiões que fazem divisa entre Goiânia e Trindade, nenhuma atividade desse tipo foi realizada até o momento. A nomeação de Beatriz Albuquerque de Morais, filha de George, para o cargo de chefe de gabinete da Agência de Turismo de Goiânia (Agetul) reforça a proximidade entre o PDT e a administração de Rogério Cruz, mas essa relação também tem sido mantida em segundo plano.
