Goiânia, 26/01/2025
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Vanderlan não quer desgaste de aprovar indicado de Lula para BC antes da eleição

03/09/24

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD), que é candidato à Prefeitura de Goiânia, negou à CNN que a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do Banco Central, esteja marcada para a próxima semana. Enquanto o governo espera realizar a sabatina em 10 de setembro, Vanderlan esclareceu que a agenda ainda não foi confirmada e que o assunto será discutido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apenas na terça-feira, 3.

Durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), expressaram otimismo em relação ao calendário sugerido. Segundo Padilha, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que será o relator da indicação de Galípolo na CAE, poderia fazer a leitura do parecer na sessão de terça-feira, 3. No entanto, Vanderlan desmentiu essa informação, afirmando que “não é verdade” que a data esteja definida, porém ele não quer que ocorra antes das eleições municipais.

O gabinete de Vanderlan reforçou que não há uma decisão sobre a escolha do relator e que vários membros da CAE estão hesitantes em acelerar o processo. Essa resistência se deve a vários fatores, incluindo a expectativa pela resolução de um acordo entre os Poderes sobre as emendas parlamentares, que afetam diretamente os interesses dos congressistas. Além disso, a proximidade das eleições municipais, com o primeiro turno previsto para ocorrer em menos de 40 dias, tem ocupado os parlamentares, muitos dos quais estão envolvidos nas disputas locais. Vanderlan, que também é candidato à prefeitura de Goiânia, estava gravando vídeos de campanha quando a indicação de Galípolo foi anunciada.

Outro ponto levantado pelos senadores é a tradição dos indicados para cargos importantes, como a presidência do Banco Central, de visitar pessoalmente os senadores para cortesias. Muitos consideram desrespeitoso Galípolo não seguir essa prática, especialmente porque vários senadores não estão presentes em Brasília devido ao período eleitoral. Embora Galípolo já seja conhecido dos parlamentares, o prazo de uma semana é considerado insuficiente para esse processo.

O governo deseja que Galípolo seja aprovado antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 17 e 18 de setembro. No entanto, até senadores da base governista indicam que não haveria diferença significativa se ele participasse da reunião como presidente nomeado ou continuasse como diretor de política monetária, visto que as decisões do Copom são colegiadas. A oposição também se posiciona a favor de adiar a sabatina para depois das eleições, evitando qualquer desgaste político antes do pleito.


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