Goiânia, 08/12/2024
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Prefeitura de Goiânia termina ano com saúde em crise, mostra O Popular

04/11/24

Em meio a uma crise na saúde pública, a Prefeitura de Goiânia reportou um aumento significativo nos gastos com o setor. Até o quarto bimestre de 2024, os investimentos somaram R$ 896,3 milhões, representando 24,26% da receita própria municipal. Esse valor supera o montante de R$ 703,5 milhões registrado no mesmo período do ano anterior, quando os gastos correspondiam a 22,18% da receita. No entanto, o aumento dos investimentos ocorre em um cenário de sobrecarga nas unidades de saúde e problemas operacionais, como a deterioração do Samu e a superlotação causada por surtos de dengue, conforme informações do Jornal O Popular.

O primeiro semestre de 2024 foi marcado pela superlotação nas unidades de saúde e pela paralisação de ambulâncias do Samu, levando ao afastamento do secretário de Saúde, Pollara, a pedido do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). O afastamento ocorreu após a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) republicar um aviso de contratação emergencial de serviços para o Samu. Pollara foi reintegrado ao cargo em agosto, e a SMS posteriormente contratou 22 ambulâncias para amenizar a situação.

Um dos principais desafios enfrentados pela gestão atual é a dívida acumulada com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), responsável pela administração das maternidades públicas da cidade. Com um repasse mensal de R$ 20 milhões, a SMS acumula uma dívida total de R$ 86,5 milhões, o que resultou na suspensão de atendimentos eletivos nas maternidades. Recentemente, a Fundahc anunciou a retomada gradual desses atendimentos, mas condicionou a continuidade ao cumprimento regular dos repasses.

Além das maternidades, a SMS enfrenta dificuldades com hospitais que prestam serviços pelo SUS. A insatisfação com os valores pagos tem levado instituições a suspender atendimentos, como foi o caso do Hospital Jacob Facuri, que, após anunciar a interrupção dos serviços, voltou atrás após um acordo com a secretaria. Atualmente, a SMS mantém dívidas consideráveis com prestadores de serviço, incluindo um débito de R$ 40 milhões com o Hospital Araújo Jorge, o que revela um quadro preocupante para a saúde pública na capital goiana.


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