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PF investiga pagamentos milionários da JBS a advogado ligado a suposto esquema de venda de sentenças no MS

09/11/24

A Polícia Federal (PF) identificou transferências milionárias feitas pela JBS ao advogado Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do desembargador Sideni Pimentel, no período de nove meses, entre 2022 e 2023. De acordo com informações obtidas pela revista Piauí, Rodrigo teria recebido cerca de R$ 21 milhões da empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, o que levantou suspeitas de seu envolvimento em um esquema de venda de sentenças judiciais no Mato Grosso do Sul.

As investigações sobre os pagamentos da JBS dão conta de seu histórico de envolvimento em casos de corrupção e pagamentos a autoridades do estado. O delegado da PF, Marcos André Araújo Damato, ressaltou que as quantias elevadas e o curto prazo das transações justificam a continuidade das investigações para apurar um possível esquema de corrupção. A JBS, por sua vez, se manifestou em nota, negando qualquer relação ilícita e alegando que o escritório de Rodrigo Pimentel atuou em “diversas ações da empresa” e que os pagamentos são honorários regulares.

Além dos pagamentos da JBS, Rodrigo também teria recebido R$ 275 mil da advogada Emmanuelle Silva, presa em 2018 sob acusação de estelionato. A transferência ocorreu logo após Emmanuelle ter supostamente obtido R$ 5,5 milhões em um golpe revelado pela Polícia Civil. A rede de possíveis envolvidos inclui ainda outros nomes do Judiciário. Suspeitas recaem sobre o juiz Paulo Afonso de Oliveira e o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que, segundo o delegado, teriam ignorado evidências de fraudes financeiras e atuado de forma “consciente e participativa” em um estelionato de mais de R$ 5 milhões.

As investigações apontaram também para transações feitas por Emmanuelle, que teria movimentado R$ 1,5 milhão para uma conta controlada por ela em nome de João Santos, R$ 1,1 milhão para o juiz Aldo Ferreira — amigo próximo de Paulo Oliveira — e outros R$ 105 mil para o advogado Fábio Castro Leandro, filho do desembargador Paschoal Carmello Leandro.

Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 2,7 milhões em espécie na residência do desembargador Júlio Cardoso, o que aumenta as suspeitas de que altos membros do Judiciário do estado possam estar envolvidos em uma complexa rede de corrupção e venda de sentenças.


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