07/12/24
O ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi liberado da Casa do Albergado na madrugada deste sábado, 7, após passar dez dias preso no âmbito da Operação Comorbidade. Além dele, outros dois ex-assessores – Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primo – também obtiveram a liberdade. A prisão temporária do trio havia sido prorrogada pela Justiça, mas não houve conversão em preventiva, conforme informou a defesa.
Em nota, o advogado Thiago Peres, representante de Pollara, afirmou que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) avaliou que não havia fundamentos para mantê-lo preso preventivamente. “Agora, a defesa acompanhará o andamento das investigações, que poderão ou não resultar em uma denúncia formal contra o ex-secretário. Nosso objetivo é que isso não aconteça, pois não existem provas concretas contra ele,” explicou Peres.
A defesa de Pollara reiterou que ele foi vítima de perseguição enquanto tentava solucionar os desafios da saúde municipal. “Ao buscar resolver os problemas estruturais e financeiros do sistema de saúde de Goiânia, Pollara acabou injustiçado. Estamos confiantes de que sua inocência será comprovada,” destacou a nota oficial.
Pollara foi preso em 27 de novembro, junto com Quesede Ayres Henrique, ex-secretário executivo da Secretaria Municipal de Saúde, e Bruno Vianna Primo, ex-diretor financeiro. Eles são acusados pelo MP-GO de liderar um esquema de pagamentos irregulares dentro da gestão municipal, beneficiando empresas e comprometendo a ordem cronológica de pagamentos, o que teria causado prejuízos ao município e agravado a crise na saúde pública.
Segundo o Ministério Público, o grupo mantinha um esquema com fornecedores da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que administra maternidades na capital. Durante a operação, foram encontrados R$ 20 mil em espécie na posse de um dos envolvidos, e o MP também executou oito mandados de busca e apreensão.
As denúncias apontam que as irregularidades impactaram diretamente o funcionamento da saúde em Goiânia, com reflexos graves, como mortes de pacientes na fila por leitos de UTI.