05/01/25
A equipe econômica do prefeito Sandro Mabel (UB) projeta um déficit financeiro de aproximadamente R$ 1,5 bilhão no caixa da Prefeitura de Goiânia até o final de 2025. A situação é ainda mais preocupante na saúde, onde as dívidas acumuladas com hospitais, médicos, prestadores de serviços e fornecedores chegam a quase R$ 300 milhões, segundo dados do Ministério Público. Para os mais pessimistas, o rombo pode atingir a marca de R$ 2 bilhões, caso nenhuma medida significativa seja tomada.
Apesar do cenário desafiador, Mabel traçou uma meta ambiciosa: encerrar 2025 com R$ 1 bilhão em caixa destinado a investimentos na cidade. Para muitos, a pergunta é se esse objetivo será alcançado diante das dificuldades financeiras e estruturais que a gestão herdou.
O atual cenário de crise financeira tem suas raízes na gestão anterior, marcada por denúncias de má administração e desvios de recursos. Sob a liderança de Wilson Pollara, ex-secretário de saúde preso no fim do mandato de Rogério Cruz (SD), mais de R$ 1 bilhão foi investido na saúde municipal até o terceiro trimestre do último ano de sua gestão. Entretanto, o Ministério Público apontou irregularidades graves, incluindo negociações ilegais e ausência de controle sobre os gastos, o que resultou em estruturas deterioradas, falta de insumos e baixa capacidade de atendimento.
A negligência culminou em situações trágicas, como a morte de pacientes que aguardavam transferência para Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A saúde municipal teve que ser submetida a uma intervenção estadual para assegurar leitos de UTI e interromper o colapso.
Medidas emergenciais
Diante do quadro crítico, a nova administração decretou estado de calamidade pública na saúde e nas finanças como estratégia para retomar o equilíbrio. Entre as ações imediatas implementadas pela gestão de Mabel estão:
- Renegociação de contratos com fornecedores;
- Suspensão de horas extras, exceto em casos essenciais;
- Reestruturação da frota municipal, com novas regras de uso;
- Recadastramento de servidores ativos e inativos para otimizar gastos;
- Contenção fiscal e ajustes administrativos mais rigorosos.
Sandro Mabel enxerga na crise uma oportunidade para reestruturar a cidade e superar os desafios herdados. Sua gestão será marcada por austeridade no curto prazo, mas ele garante que o objetivo maior é devolver Goiânia aos trilhos do desenvolvimento.
“Precisamos recuperar as finanças para que a população veja a diferença. A crise não será eterna, mas as decisões que tomarmos agora definirão o futuro da nossa cidade”, afirmou o prefeito.