09/04/25
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), pediu demissão no fim da tarde desta terça-feira (8), após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação envolve seu suposto envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares quando exercia mandato como deputado federal pelo União Brasil, do Maranhão. A saída do cargo ainda não foi formalizada no Diário Oficial da União.
Segundo a denúncia, os recursos desviados teriam sido destinados à cidade de Vitorino Freire (MA), onde a irmã do ministro, Luanna Rezende (União Brasil), era prefeita. A investigação da Polícia Federal aponta que as verbas das emendas foram direcionadas à Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), que contratou empresas de fachada para executar obras de pavimentação no município.
Juscelino Filho é acusado de corrupção e desvio de recursos públicos. Caso o STF aceite a denúncia, ele se tornará réu. O processo corre sob sigilo e está sob relatoria do ministro Flávio Dino. Esta é a primeira denúncia da PGR contra um integrante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em nota, Juscelino reafirmou sua inocência e destacou que o oferecimento da denúncia não representa uma condenação. O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, também manifestou apoio ao agora ex-ministro. “Seguimos confiando na seriedade e competência do ministro Juscelino Filho, que tem exercido seu trabalho à frente do Ministério das Comunicações com comprometimento e resultados concretos para a população brasileira”, afirmou.
O ex-ministro foi indiciado pela Polícia Federal em junho do ano passado sob suspeita de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, falsidade ideológica e fraude em licitação. A PF concluiu que ele teria integrado um esquema que desviou recursos públicos destinados a obras de pavimentação bancadas pela Codevasf.