11/04/25
O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) admitiu, nesta quarta-feira (9), ter exagerado ao declarar que deseja a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala polêmica ocorreu na véspera, durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que discutia um projeto para desarmar a equipe de segurança presidencial.
“Aprendi com meu pai que um homem deve reconhecer seus erros. Não desejo a morte de ninguém, mas sigo entendendo que Lula deveria estar preso pelos crimes que cometeu contra o nosso país. Reconheço que exagerei na minha fala e peço desculpas”, disse o parlamentar, em pronunciamento no plenário.
Na sessão de terça-feira (8), Gilvan havia feito declarações duras contra o presidente. “Quero que ele vá para o quinto dos infernos. Não quer dizer que vou matar o cara. Mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos. Porque nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está aí, superou um câncer… tomara que tenha um ataque cardíaco”, afirmou.
As declarações levaram a Advocacia-Geral da União (AGU) a acionar a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando apuração por possíveis crimes de incitação à violência e ameaça. Segundo a AGU, a fala pode ultrapassar os limites da imunidade parlamentar.
Gilvan é o relator do projeto na comissão. A proposta, de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que visa desarmar a segurança pessoal do presidente, foi aprovada no colegiado, mas ainda precisa ser analisada por outras duas comissões antes de seguir ao Senado.
Não é a primeira vez que Gilvan se envolve em polêmicas. Em 2021, quando era vereador, ele foi condenado por violência política de gênero após chamar a então vereadora Camila Valadão (PSOL-ES), hoje deputada estadual, de “satanista”, “assassina de bebês” e “assassina de crianças” durante uma sessão na Câmara Municipal.