Goiânia, 01/05/2025
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Bolsonaro freia Gayer e reforça que não há nome definido ao Senado em Goiás

12/04/25

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a contrariar movimentos internos do PL em Goiás e, mais uma vez, expôs a precipitação de aliados locais. Desta vez, o alvo foi o deputado federal Gustavo Gayer (PL), que anunciou publicamente ter sido “escolhido” por Bolsonaro para disputar o Senado. A declaração, porém, foi desmentida pelo próprio ex-presidente em entrevista ao portal Metrópoles, reacendendo as tensões dentro do partido.

Gayer, que preside o diretório do PL em Goiânia, publicou nas redes sociais, na última quinta-feira, 10, a manchete de uma matéria do site Pleno News: “Jair Bolsonaro crava Gayer pré-candidato ao Senado por Goiás”. Na legenda, o parlamentar afirmou: “É uma enorme honra ser escolhido pelo melhor presidente da história como o pré-candidato a senador por Goiás”.

A tentativa de se firmar como nome único da legenda para a disputa ao Senado, no entanto, foi frustrada poucas horas depois. Bolsonaro, ao ser questionado pelo Metrópoles, deixou claro que ainda não há definição: “Há dois cotados do PL para concorrer ao Senado em Goiás: Gayer e Vitor Hugo”. Ou seja, a escolha ainda está em aberto — e Gayer não tem a exclusividade que tentou comunicar.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro desautoriza, direta ou indiretamente, articulações promovidas por Gayer e pelo senador Wilder Morais, também do PL. Em outras ocasiões, os dois políticos protagonizaram episódios de tensionamento interno, tentando assumir um protagonismo que, segundo o próprio ex-presidente, pertence a ele e ao presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. “Wilder, não é quem você quer”, afirmou Bolsonaro em entrevista anterior, ao rechaçar qualquer imposição local.

Em um episódio recente, Gayer e Wilder divulgaram uma nota oficial do PL em Goiás para criticar o vereador Vitor Hugo por articular uma reaproximação entre Bolsonaro e o governo estadual, representado pelo vice-governador Daniel Vilela (MDB). A crítica veio após Vitor organizar uma reunião entre Bolsonaro e o emedebista, sinalizando uma costura política que contraria a ala mais radical do partido no estado. Apesar disso, Bolsonaro participou da reunião e não demonstrou qualquer objeção à articulação.

A condução do PL em Goiás segue marcada por disputas internas e por tentativas de setores mais ideológicos em controlar os rumos da legenda. Mas, como os últimos episódios demonstram, a palavra final ainda pertence a Bolsonaro — e ele não parece disposto a abrir mão dessa autoridade.


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