Goiânia, 01/05/2025
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Após duas derrotas seguidas, Marconi Perillo está entre o tudo ou nada

13/04/25

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) sabe que 2026 será o seu divisor de águas. Depois de duas derrotas consecutivas nas urnas — ao Senado em 2018 e novamente em 2022 —, o tucano trabalha para recuperar protagonismo em Goiás. À frente do comando nacional do PSDB, intensificou sua presença nas redes sociais, retomou o contato com lideranças regionais e passou a se posicionar como principal antagonista do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

Marconi se movimenta com um objetivo claro: voltar a ter mandato. A ausência de cargo eletivo tem lhe custado influência — e, se se repetir em 2026, poderá representar o fim de sua trajetória política. Especialmente em um Estado onde Caiado mantém altos índices de aprovação e domina a máquina pública.

Diante desse cenário, três caminhos se desenham no horizonte do tucano.

1. Governo de Goiás: a aposta mais arriscada

Há quem, dentro do seu grupo político, defenda que Marconi volte a disputar o Palácio das Esmeraldas. Seria, para muitos, uma tentativa de reconquistar o posto que ocupou por quatro mandatos. No entanto, essa hipótese é também a mais arriscada: ele enfrentaria Daniel Vilela (MDB), provável candidato do governo, com apoio robusto e estrutura consolidada. Uma nova derrota, especialmente no primeiro turno, seria um golpe quase irreversível. A escolha, nesse caso, dependerá da leitura precisa das pesquisas eleitorais e do sentimento popular.

2. Senado: o risco da terceira queda

Outra possibilidade seria uma nova disputa ao Senado. Mas esse caminho é ladeado por um perigo simbólico: após já ter perdido duas vezes consecutivas, uma terceira tentativa sem sucesso poderia ser lida como um “atestado de aposentadoria política”. O impacto de mais uma rejeição nas urnas pode ser fatal para a imagem de um líder que já foi hegemônico em Goiás.

3. Câmara dos Deputados: o porto seguro

A alternativa mais pragmática — e a mais defendida por aliados — é uma candidatura à Câmara dos Deputados. Com base consolidada, Marconi teria eleição praticamente garantida. Voltaria à cena nacional com mandato, visibilidade, influência e acesso a recursos. Ainda mais se continuar à frente da presidência do PSDB, o que ampliaria seu espaço nas articulações nacionais e poderia pavimentar o caminho para disputas maiores no futuro, como 2030.

O dilema do retorno

O dilema vivido por Marconi Perillo é típico de líderes políticos que já estiveram no topo: tentar uma volta triunfal ou garantir espaço no jogo político por vias mais modestas. A presidência do PSDB lhe deu novo fôlego, mas sem mandato, esse fôlego tem validade. Mais quatro anos à margem do poder podem corroer sua capacidade de articulação, ainda mais diante de uma base aliada de Caiado que deve marchar unida em torno de um sucessor.


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