14/04/25
Com vistas às eleições de 2026, prefeitos filiados ao PL em Goiás têm demonstrado forte tendência de alinhamento com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), sucessor natural da base do governo de Ronaldo Caiado (União Brasil). A movimentação reforça o cenário de esvaziamento da base bolsonarista no Estado e a construção de uma frente ampla em torno do projeto governista. Nos bastidores, avalia-se que, se houver vontade política de Caiado, até 99% dos gestores municipais do PL migrariam para siglas da base em questão de minutos — ou “nano-segundos”.
Embora as filiações ao MDB ou ao União Brasil estejam sendo consideradas, a leitura predominante é que os prefeitos não precisam, necessariamente, deixar o PL para apoiar Daniel Vilela ao governo e Gracinha Caiado ao Senado. O apoio político, e não a sigla, é visto como o ponto central para a articulação da base, que pretende isolar Wilder Morais (PL), atual senador e pré-candidato ao governo com apoio do bolsonarismo.
Alguns prefeitos, no entanto, já começaram a mudar de legenda. A prefeita de Formosa, Simone Dias Ribeiro, por exemplo, trocou o PL pelo União Brasil. O mesmo deve ocorrer com Jerônymo Siqueira, de São Miguel do Araguaia, que avalia migrar para o União ou o MDB. Já Carlinhos do Mangão, de Hidrolândia, só não fez a troca ainda por estratégia eleitoral: planeja lançar sua esposa, Joycilene Martins, à Assembleia Legislativa como candidata bolsonarista, mantendo-se por ora no PL.
Entre os gestores do partido, poucos resistem ao movimento de aproximação. Um dos únicos casos é o prefeito de Jataí, Geneilton Assis, que ainda mantém certa distância da base governista, embora tenha relação cordial com a família Vilela. Mesmo ele, no entanto, é visto como potencial aliado e dificilmente deve se manter isolado à medida que a pré-campanha estadual se intensifica. A onda, cada vez mais evidente, é de apoio a Daniel Vilela como herdeiro político de Caiado.
