14/04/25
O senador Wilder Morais (PL-GO) voltou a defender Jair Bolsonaro nas redes sociais, mas seu silêncio em relação ao ministro Alexandre de Moraes — principal alvo do bolsonarismo — gerou estranheza entre aliados mais radicais do ex-presidente. Em vídeo divulgado após o Supremo Tribunal Federal (STF) tornar Bolsonaro réu pelos atos de 8 de janeiro, Wilder criticou a decisão da Corte, mas poupou Moraes de qualquer menção.
Na gravação, o senador afirmou que a decisão do STF tem motivação política e reforçou seu apoio a Bolsonaro. “Mesmo ele não estando no Brasil, sem ter incentivado ou participado de nada. Todo mundo sabe que isso é perseguição política. Querem tirar o nosso líder da disputa de 2026, mas não vão conseguir”, disse. No entanto, diferentemente de outros parlamentares bolsonaristas, Wilder evitou apontar diretamente para Alexandre de Moraes, relator do caso e figura central das ações judiciais contra o ex-presidente.
A ausência de críticas a Moraes, que tem sido o principal alvo da ala ideológica do PL e de manifestações bolsonaristas, foi recebida com surpresa por parte da base. A postura mais moderada do senador reacende debates sobre seu alinhamento político dentro do partido, especialmente em um momento em que Wilder tenta consolidar sua pré-candidatura ao governo de Goiás em meio a uma disputa interna contra a base governista liderada por Ronaldo Caiado (União Brasil) e Daniel Vilela (MDB).
Aliados próximos de Bolsonaro já notaram que, mesmo diante de decisões polêmicas do Supremo, Wilder evita confrontos diretos com Moraes. Até agora, o senador goiano jamais fez uma crítica nominal ao ministro — um detalhe que, para muitos bolsonaristas, pesa na hora de medir a lealdade do parlamentar ao movimento.