14/04/25
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou por uma cirurgia de 12 horas no domingo (13), considerada uma das mais complexas desde que foi esfaqueado durante a campanha de 2018. A equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, informou nesta segunda-feira (14) que o procedimento foi bem-sucedido, mas exigirá uma recuperação longa e cuidadosa.
Segundo o cardiologista Leandro Echenique, que acompanha Bolsonaro, o resultado da intervenção foi “excelente”. No entanto, a equipe alertou que as próximas 48 horas são críticas, com risco de infecções e trombose devido à forte resposta inflamatória do organismo.
O chefe da equipe médica, Cláudio Birolini, detalhou o quadro encontrado. De acordo com ele, Bolsonaro apresentava um "abdome hostil", com severas aderências intestinais resultantes das múltiplas cirurgias anteriores. "Era uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e dos procedimentos subsequentes", explicou.
A operação foi dividida em três etapas: duas horas para acessar a cavidade abdominal, cinco horas para liberar as aderências causadoras da obstrução intestinal, e mais cinco horas para a reconstrução da parede abdominal. A causa do bloqueio intestinal foi uma dobra no intestino delgado, segundo o boletim médico. Não houve necessidade de transfusão sanguínea e o procedimento não registrou intercorrências.
Bolsonaro permanece internado em um quarto da UTI, sem previsão de alta e sem poder receber visitas. Está acordado, consciente e, segundo os médicos, chegou a fazer piadas após a cirurgia. A equipe destaca que ele precisará de nutrição venosa e sessões de fisioterapia nas próximas semanas.
Desde o atentado em 2018, esta foi a sétima cirurgia abdominal realizada em Bolsonaro — e, de acordo com os médicos, a mais longa e delicada até agora.