15/04/25
O cirurgião Antônio Luiz Macedo, conhecido por ter operado Jair Bolsonaro cinco vezes desde o atentado a faca em 2018, declarou que deixou de atender o ex-presidente por decisão da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em entrevista, Macedo afirmou que considera Bolsonaro um “ex-paciente”, já que foi substituído por outro grupo médico sem qualquer aviso ou justificativa. “Jamais neguei atendimento. Já o operei em situações graves. Mas, desta vez, não sei se foi a dona Michelle, provavelmente sim, que resolveu chamar outro grupo para atendê-lo”, afirmou.
Segundo o médico, ele nunca cobrou por atendimentos ao ex-presidente e explicou que, para qualquer novo acompanhamento, Bolsonaro precisaria ir até São Paulo. “Não posso me deslocar para Brasília e ficar 15, 20 dias. Sempre foi ele quem vinha até mim”, disse. Macedo evitou usar a palavra “ingratidão”, mas deixou claro que ficou ressentido com o afastamento: “Foi uma não valorização do meu trabalho”, afirmou.
Macedo ressaltou que possui todo o histórico clínico do ex-presidente, incluindo detalhes sobre a facada, as obstruções intestinais e a colostomia. Para ele, em casos tão complexos, o acompanhamento por quem já conhece o prontuário é essencial. De acordo com assessores de Bolsonaro, Michelle passou a liderar as decisões médicas do marido e optou por outra equipe.
O afastamento de Macedo também teria sido influenciado por desconfianças surgidas após a morte da deputada Amália Barros, operada por ele em 2024. O médico preferiu não comentar o caso, mas defendeu sua atuação. “Sempre que ele foi operado aqui [em São Paulo], saiu bem. Fiz o melhor possível pela saúde dele.” Sobre a escolha da família de operar Bolsonaro em Brasília, Macedo comentou com surpresa: “Se para dona Michelle foi mais fácil, tudo bem. Tomara que a cirurgia tenha corrido bem.”
