Goiânia, 30/04/2025
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OAB-GO acompanha caso de advogada acusada de furto e cobra investigação sobre conduta de delegado

20/04/25

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) afirmou nesta semana que está acompanhando de perto o caso envolvendo a advogada Taynara Trindade, presa na última terça-feira, 15, sob acusação de furto em um hotel de Goiânia. O episódio, que gerou ampla repercussão, teve um desfecho favorável à profissional, com o relaxamento da prisão decretado pela Justiça na quarta-feira, 16. Agora, o foco da discussão se volta para a conduta da autoridade policial responsável pela lavratura do flagrante.

Por meio de nota oficial, a OAB-GO, por intermédio do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP), informou que está atuando desde o início da detenção. A entidade destacou que cobrará medidas da Corregedoria da Polícia Civil diante de indícios de falha na condução do caso. “Exigiremos a devida apuração, por parte da Corregedoria da Polícia Civil, quanto à conduta do servidor público responsável pela lavratura do auto de prisão”, diz o comunicado.

Segundo o processo, o juiz Thiago Soares Castelliano Lucena de Castro determinou o encerramento da ação penal após entender que a situação se tratou de um erro de tipo, ou seja, sem intenção de cometer crime. Para o magistrado, não havia elementos que justificassem a prisão, especialmente pela omissão de imagens do circuito interno do hotel, que poderiam comprovar a versão da advogada.

As imagens, posteriormente reveladas, mostram o momento em que um homem deixa uma bolsa no sofá onde Taynara estava sentada, falando ao telefone. Minutos depois, ela se levanta, pega a bolsa e a leva ao quarto. Segundo a advogada, o objeto foi confundido com uma das malas do seu companheiro, que havia acabado de chegar de viagem. “As malas estavam todas misturadas, e eu, de costas, peguei o que achei que fosse dele. A intenção nunca foi pegar algo de outra pessoa”, declarou.

O casal saiu para jantar e, ao retornar ao hotel, foi surpreendido pela chegada da polícia. Ambos foram presos em flagrante, mas liberados após audiência de custódia. A defesa de Taynara, representada pelas advogadas Eliane Mundim e Gilles Gomes, sustentou que a ausência de dolo (intenção) era evidente, e que a prisão foi arbitrária.

O caso agora segue sob avaliação da Corregedoria, que deverá apurar se houve conduta irregular por parte do delegado, especialmente pela suposta omissão deliberada de provas. A Polícia Civil foi procurada para comentar o caso, mas ainda não se manifestou oficialmente.


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