Goiânia, 30/04/2025
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Francisco, o papa que aproximou a Igreja dos pobres e excluídos

21/04/25

O mundo se despediu nesta segunda-feira (21) de uma das figuras mais marcantes da história da Igreja Católica. Morreu o Papa Francisco, aos 88 anos, no Vaticano. Primeiro pontífice jesuíta e o primeiro latino-americano a liderar a Igreja, Francisco será lembrado não apenas por seu carisma e simplicidade, mas por sua postura inclusiva e progressista em um dos períodos mais desafiadores para o catolicismo.

Eleito em março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, Jorge Mario Bergoglio assumiu o papado com o desafio de renovar a imagem de uma Igreja abalada por escândalos e afastada de muitas realidades sociais. Ao longo de seu pontificado, Francisco defendeu com firmeza o retorno às raízes do Evangelho, colocando os pobres, os excluídos e os marginalizados no centro da missão cristã.

Francisco não hesitou em tocar em temas sensíveis dentro de uma Igreja historicamente conservadora. Sobre a homossexualidade, declarou de forma histórica: “Se uma pessoa é gay e busca o Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgá-la?” – frase que marcou uma virada de tom no discurso oficial do Vaticano. Também posicionou-se contra os excessos do sistema econômico global, afirmando: “O dinheiro deve servir, não governar.”

Outro ponto marcante de sua atuação foi a defesa dos direitos das mulheres: “Ainda hoje, há uma escravidão das mulheres. Elas não têm as mesmas oportunidades que os homens”, denunciou, cobrando mais espaço para as mulheres dentro e fora da Igreja.

Francisco também foi um defensor incansável dos migrantes, refugiados e povos em situação de vulnerabilidade. Seu apelo constante – “por favor, não nos esqueçamos dos pobres” – sintetiza a espiritualidade que guiou seu pontificado.

Apesar de enfrentar resistência dentro da própria Cúria Romana e entre alas mais conservadoras, Francisco conseguiu abrir caminhos de diálogo e reflexão, aproximando a Igreja de fiéis que se sentiam distantes dos dogmas e rituais. Seu legado será lembrado como o de um papa que tentou reconciliar tradição e transformação, sempre com os olhos voltados para os ensinamentos de Jesus Cristo.


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