23/04/25
A decisão do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) de recusar o convite para assumir o Ministério das Comunicações do governo Lula tem repercussões que ultrapassam o Palácio do Planalto. Ao permanecer na liderança do União Brasil na Câmara, o parlamentar fortalece o espaço de influência da ala ligada ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), e, com isso, contribui para a consolidação de seu projeto presidencial para 2026.
Em nota divulgada nesta terça-feira (22), Pedro Lucas agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo "honroso convite", mas afirmou que, neste momento, acredita contribuir mais com o país exercendo a liderança do partido na Câmara. “A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”, afirmou.
A recusa é interpretada como uma sinalização clara de que o União Brasil manterá uma postura de maior independência em relação ao governo federal, o que favorece as movimentações de Caiado no tabuleiro nacional. O governador goiano, que se apresenta como alternativa da centro-direita para a sucessão de Lula, ganha mais margem para articulação com o partido, hoje dividido entre alas governistas e oposicionistas.
Pedro Lucas também destacou, em sua manifestação, o compromisso com o diálogo institucional e pediu desculpas ao presidente pela recusa. “Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, declarou.
Com a permanência de Pedro Lucas na liderança, cresce o peso político da ala do União Brasil que se aproxima de Caiado, em contraste com setores da legenda que mantêm cargos na Esplanada.