04/05/25
A deputada federal Lêda Borges (PSDB) deixou de lado qualquer tentativa de disfarçar sua insatisfação com os rumos do partido e, principalmente, com a liderança de Marconi Perillo, que é presidente nacional da sigla. Em encontro recente com integrantes da cúpula tucana em Brasília, a parlamentar foi direta ao responder o ex-governador de Goiás: “Já que é para falar, gostaria de falar que há tempos o senhor tem pesado o cajado sobre mim”, declarou ela, de forma firme, embora em tom pausado.
A declaração, segundo interlocutores ao jornal Opção, fez referência ao isolamento político que Lêda afirma sofrer dentro da legenda — inclusive durante a distribuição do Fundo Eleitoral, quando teria sido preterida pelo diretório nacional. A origem das represálias, ainda segundo fontes próximas, estaria na aproximação da deputada com o governador Ronaldo Caiado (UB), maior adversário político de Marconi em Goiás.
O embate entre os dois tucanos aconteceu durante uma reunião que contou com a presença de lideranças nacionais do PSDB, como o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel. Perillo, ao abrir espaço para a fala de Lêda, não esperava uma resposta tão contundente. A parlamentar, que já há algum tempo dá sinais de rompimento com a sigla, não poupou críticas nem escondeu o desconforto.
No dia seguinte ao episódio, Marconi tentou um gesto de reaproximação. Ligou para Lêda e a convidou para uma cerimônia no Hospital de Câncer Araújo Jorge, em Goiânia, onde foi anunciada a destinação de R$ 1,5 milhão em recursos incentivados da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A deputada, no entanto, não compareceu ao evento, que contou com a presença do ex-governador.
A tendência é que Lêda Borges deixe o PSDB em breve, especialmente com a possibilidade de fusão da legenda com o Podemos. Embora não tenha anunciado oficialmente seu destino, há quem aponte que será o Republicanos — comandado nacionalmente por Marcos Pereira e, em Goiás, pelo prefeito Roberto Naves — o seu destino.