05/05/25
Enquanto MDB e a recém-criada federação União Progressista (formada por União Brasil e Progressistas) concentram a maior força política em Goiás, o PL enfrenta um processo de esvaziamento nos municípios. A sigla, presidida no estado pelo senador Wilder Morais, perdeu prefeitos e não conseguiu formar uma base robusta de vereadores, o que fragiliza qualquer projeto majoritário, inclusive uma eventual candidatura de Wilder ao governo estadual em 2026.
Os números mostram o contraste. Juntos, MDB e União Progressista reúnem 224 mil filiados no estado e comandam, respectivamente, 116 mil e 108 mil membros. Além disso, lideram em número de prefeitos e vereadores, com destaque para o União Brasil — partido do governador Ronaldo Caiado — que sozinho administra 103 prefeituras. O PL, por outro lado, amarga um encolhimento em suas fileiras e viu lideranças migrarem para a base governista após um acordo político firmado ainda em 2024.
Nos bastidores, integrantes do próprio PL reconhecem a dificuldade de articular uma candidatura competitiva ao Palácio das Esmeraldas sem uma estrutura partidária consolidada no interior. Com pouca capilaridade e influência nos municípios, o partido encontra obstáculos para se firmar como alternativa viável fora dos grandes centros urbanos.
A federação entre UB e PP, que será formalizada junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi estratégica para ampliar a força política do grupo governista. Nacionalmente, a União Progressista será a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, e terá presença expressiva no Senado, com 14 senadores, além de seis governadores.
Nesse cenário, Wilder Morais terá de enfrentar não apenas o desafio de se viabilizar politicamente, mas também de construir uma aliança competitiva num ambiente dominado por forças consolidadas — e com o PL cada vez mais isolado no tabuleiro estadual.
