09/05/25
O mal-estar entre a deputada federal Lêda Borges e o PSDB, especialmente com a figura de Marconi Perillo, presidente nacional da sigla, chegou a um ponto de quase ruptura. Já há algum tempo insatisfeita, Lêda tem deixado cada vez mais explícito seu distanciamento do partido. Segundo aliados, ela está com um pé fora da legenda e um mindinho dentro, aguardando apenas o momento certo para oficializar sua saída.
A tensão entre os dois teve mais um capítulo recente em uma reunião de lideranças tucanas em Brasília, que contou com a presença de Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul, e de Marconi Perillo. Ao ser questionada por Perillo sobre sua opinião quanto aos rumos do PSDB, Lêda respondeu de forma fria e direta: “Já que é para falar, gostaria de falar que há tempos o senhor tem pesado o cajado sobre mim”. A frase, dita em tom pausado, soou como um desabafo sobre o isolamento que tem sofrido dentro do partido.
De acordo com interlocutores, o ressentimento da deputada é alimentado por represálias discretas de Marconi, como sua exclusão de decisões estratégicas e, principalmente, da partilha do Fundo Eleitoral. A aproximação de Lêda com o governador Ronaldo Caiado, principal adversário político de Perillo, é vista como a principal razão para o esfriamento da relação. No dia seguinte ao embate em Brasília, Marconi ainda tentou uma reaproximação, convidando Lêda para uma cerimônia com recursos da CSN destinados ao Hospital Araújo Jorge – convite que ela ignorou.
A saída da deputada do PSDB é dada como certa nos bastidores, especialmente diante da iminente fusão da legenda com o Podemos. Sem pressa para anunciar seu novo destino político, Lêda Borges avalia propostas e, segundo fontes próximas, seu caminho mais provável é o Republicanos, partido de Marcos Pereira e do prefeito de Anápolis, Roberto Naves. A novela da crise tucana parece prestes a ganhar um novo e decisivo capítulo. Com informações da coluna Bastidores do Jornal Opção.
