13/05/25
Um relatório interno obtido pelo Mais Goiás revela graves falhas de segurança nos laboratórios de Química e Biologia do Instituto Federal de Goiás (IFG), campus Goiânia. O documento, assinado por técnicos responsáveis, aponta riscos iminentes de acidentes como explosões, vazamentos tóxicos e incêndios, que poderiam atingir não apenas as instalações do campus, mas também prédios vizinhos. Entre os problemas identificados estão o uso de equipamentos que alcançam até 1000 °C próximos a divisórias de papelão e o armazenamento inadequado de substâncias inflamáveis e corrosivas.
O relatório também aponta a ausência de detectores de incêndio, extintores e rotas de fuga, o que agrava a vulnerabilidade do local. Diversos incidentes já foram registrados, como a explosão de um reator de alta pressão, vazamento de ácido sobre um aluno, incêndio em um aparelho de grande porte e casos de intoxicação que exigiram ventilação mecânica. Um princípio de incêndio ocorrido em julho de 2023 foi controlado por um servidor, que utilizou um extintor de pó químico no piso S1 do Bloco 700 — área que, segundo o relatório, não possui saída de emergência.
Segundo um servidor que preferiu não se identificar, a direção do campus foi alertada diversas vezes sobre os riscos, mas medidas efetivas não foram tomadas. Além disso, um parecer técnico emitido pelo Corpo de Bombeiros em 2019 exigia melhorias como instalação de extintores sinalizados, sinalização de rotas de fuga, iluminação de emergência e atualização dos projetos técnicos. Muitas dessas exigências seguem parcialmente descumpridas até hoje.
Em nota oficial, o IFG informou que o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico está em fase final de execução, cobrindo todos os espaços do campus. A instituição afirma que já instalou extintores dentro da validade, além de tubulação específica para combate a incêndios. O IFG também declarou que aguarda a vistoria final do Corpo de Bombeiros e negou a ocorrência de acidentes ou irregularidades nos laboratórios durante a atual gestão.
