13/05/25
A Procuradoria-Geral da República (PGR) se posicionou favoravelmente à abertura de uma ação penal contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), por declarações ofensivas contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR). A manifestação, assinada pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, sustenta que Gayer cometeu os crimes de injúria e difamação ao publicar ataques misóginos contra a ministra em suas redes sociais. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Luiz Fux.
As publicações do parlamentar bolsonarista distorceram uma fala do presidente Lula para insinuar, em tom sexual e depreciativo, que Gleisi estaria sendo "oferecida" a líderes do Congresso. Gayer chegou a comparar Lula a um "cafetão" e insinuou que a ministra seria uma "garota de programa", ultrapassando os limites do debate político. Para a PGR, os ataques não estão protegidos pela imunidade parlamentar e representam agressões pessoais que violam a honra da ministra, sem qualquer relação com o exercício do mandato.
Além da queixa-crime, Gleisi Hoffmann pede na Justiça uma indenização de R$ 30 mil por danos morais. A ministra argumenta que as declarações foram motivadas por misoginia, ódio e desrespeito às mulheres, e afirma que houve má-fé na deturpação das palavras de Lula. A PGR endossou o entendimento de que a fala de Gayer não constitui crítica política legítima, e sim um ataque pessoal incompatível com a liberdade de expressão garantida aos parlamentares.
Esse novo revés agrava a situação jurídica de Gustavo Gayer, que já enfrenta outros processos e investigações. Com a possibilidade de o STF acolher a denúncia e transformar o caso em ação penal, o deputado goiano pode ter o mandato cassado e se tornar inelegível. A ofensiva judicial representa mais uma derrota significativa para o parlamentar, que tenta manter influência mesmo sob o risco crescente de perda de direitos políticos.