16/05/25
Após críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama, Janja da Silva, durante um jantar com o líder chinês Xi Jinping, o TikTok enviou uma carta ao governo brasileiro se colocando “à disposição para dialogar sobre sua atuação no país”. A iniciativa do aplicativo foi comunicada ao Itamaraty por meio de um e-mail, e repassada ao presidente pelo chanceler Mauro Vieira. A informação foi revelada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
A repercussão das falas de Janja durante o jantar diplomático gerou desconforto. Segundo apuração do g1, a primeira-dama abordou diretamente o tema da atuação do TikTok no Brasil, principalmente no que diz respeito à segurança de crianças e mulheres na plataforma. Lula ficou incomodado com o vazamento da conversa, que classificou como “inadmissível e desleal”, e teria repreendido ministros por considerar que Janja foi exposta a um ataque.
Antes de retornar ao Brasil, Lula minimizou o episódio. “Não houve climão”, declarou, explicando que havia pedido a Xi Jinping que enviasse um representante de confiança ao Brasil para tratar do tema digital, especialmente o TikTok. Janja, segundo relatos, também pediu a palavra para relatar o caso da menina Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, que morreu após participar de um desafio perigoso na plataforma, conhecido como “desafio do desodorante”.
Em resposta, Xi Jinping teria afirmado que o Brasil tem pleno direito de regulamentar o funcionamento das plataformas digitais. Lula reforçou a necessidade de ação do Congresso Nacional sobre o tema, destacando a presença no jantar de lideranças como o deputado Elmar Nascimento e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. “Não é possível continuar com as redes digitais cometendo absurdos sem regulamentação”, afirmou o presidente.
