19/05/25
O Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) enfrenta uma das piores crises de sua história. Com um passivo acumulado de R$ 145,6 milhões entre janeiro de 2022 e setembro de 2024, o órgão admite que só conseguirá pagar a dívida conforme houver disponibilidade financeira. Enquanto isso, servidores enfrentam descredenciamento de prestadores, falta de atendimento e incerteza sobre o futuro do plano. Em meio ao colapso, a atual gestão estuda mudanças profundas, como alteração no modelo de contribuição e até no regime jurídico do instituto.
Em ofício enviado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), o presidente do Imas, Paulo Henrique da Farmácia, afirmou que os pagamentos seguirão a ordem cronológica dos meses faturados e dependerão de repasses da Secretaria Municipal da Fazenda. Para os meses finais de 2024, ele informou que os pagamentos priorizarão serviços essenciais, como oncologia e bancos de sangue, seguidos por hospitais, clínicas e serviços odontológicos. A medida tenta evitar a suspensão completa de atendimentos básicos aos usuários do sistema.
O tamanho do rombo revela que o Imas é um dos principais responsáveis pela dívida da Prefeitura de Goiânia. Segundo relatório da comissão de transição apresentado no início de 2025, o instituto responde sozinho por R$ 226,3 milhões de um total de R$ 3,4 bilhões. A situação financeira é agravada pelo déficit orçamentário de R$ 389 milhões registrado em 2024. A Prefeitura, inclusive, recebeu nota C na Capacidade de Pagamento (Capag), segundo o Tesouro Nacional, o que reforça a gravidade da crise.
Diante do cenário, o Ministério Público abriu um procedimento investigativo para apurar possíveis irregularidades no instituto. A promotora Carmem Lúcia Santana, responsável pelo caso, afirmou que há um esforço para garantir o pagamento das obrigações de 2025 e discutir a reestruturação do Imas. A proposta é transformar o instituto em uma entidade com autonomia financeira e administrativa, capaz de garantir o atendimento aos servidores de forma sustentável e menos vulnerável às instabilidades da gestão municipal.