21/05/25
Durante participação no programa “Papo Aberto” na última segunda-feira (19), o deputado federal Gustavo Gayer (PL) subiu o tom contra o vereador Vitor Hugo (PL), seu colega de partido e desafeto declarado. Aos gritos e entre xingamentos, Gayer disparou: “Eu posso ser preso, eu posso ser cassado, eu posso sair do PL, mas candidato ao Senado aqui em Goiás você não será se depender de mim”. O alvo da ira do parlamentar é ninguém menos que o nome mais cotado para receber o apoio de Jair Bolsonaro na corrida ao Senado por Goiás: Major Vitor Hugo.
A fala escancarou o nervosismo de Gayer diante de uma realidade incômoda. Embora tente se consolidar como o principal nome da direita bolsonarista no estado, o deputado vive um cenário cada vez mais desfavorável. De um lado, enfrenta uma série de ações no Supremo Tribunal Federal (STF) que podem não apenas levá-lo à cassação, como também torná-lo inelegível. Do outro, vê Vitor Hugo — amigo pessoal de Bolsonaro e figura de articulação nacional — ganhar espaço e prestígio junto ao núcleo duro do ex-presidente.
A aproximação de Vitor Hugo com Daniel Vilela (MDB), pré-candidato ao governo de Goiás e atual vice-governador, também fortalece a chance de um entendimento entre Ronaldo Caiado e Bolsonaro para 2026. Nesse possível acordo, o PL abriria mão da cabeça de chapa e apoiaria Daniel ao governo, em troca de indicar um nome ao Senado — possivelmente Vitor Hugo — ao lado de Gracinha Caiado, que já aparece como nome certo na composição governista. A articulação teria, inclusive, o aval de Bolsonaro, o que isolaria Gayer dentro da própria direita.
Enquanto isso, o deputado bolsonarista parece já vislumbrar um plano B. Caso consiga escapar de uma eventual cassação, pode tentar a reeleição à Câmara Federal, servindo como puxador de votos do PL em Goiás. Mas o recado político dado pelas lideranças mais próximas de Bolsonaro é claro: o protagonismo na eleição de 2026 pode não estar reservado a Gustavo Gayer.
