23/05/25
A iminente filiação do governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, ao PSD deve consolidar o esvaziamento do PSDB e marcar o fim de uma era: o partido, que já governou o Brasil e dominou diversos estados, deixará de ter qualquer governador em exercício. A saída de Riedel será a terceira debandada tucana para o PSD apenas em 2024 — antes dele, Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) já haviam migrado para a legenda comandada por Gilberto Kassab.
A desidratação do PSDB ocorre justamente sob a presidência nacional de Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e principal responsável por tentar reerguer o partido após a debacle eleitoral dos últimos anos. Em vez disso, o que se vê é uma legenda cada vez mais esvaziada, fragilizada e sem protagonismo nas disputas estaduais ou nacionais.
Com a confirmação da filiação de Riedel, o PSD saltará de dois para cinco governadores em exercício, enquanto o PSDB terá sua presença limitada ao Congresso e a alguns poucos mandatos estaduais e municipais. O movimento também enterra qualquer discurso de retomada tucana em 2026, já que os principais nomes com densidade eleitoral deixaram o ninho em busca de espaço político e estrutura partidária.
A situação do PSDB é tão crítica que o partido negocia uma fusão com o Podemos para tentar sobreviver à cláusula de barreira e garantir tempo de TV e recursos do fundo partidário. Para muitos analistas, o processo acelerado de perda de lideranças estaduais é reflexo direto da falta de articulação e renovação sob o comando de Marconi Perillo. A sigla, que já foi símbolo do centro político brasileiro, agora caminha para a irrelevância.