23/05/25
O racha no PL de Goiás voltou aos holofotes nesta semana, escancarando o desgaste do senador Wilder Morais, presidente estadual da legenda, e a ascensão do vereador Vitor Hugo, que reforça cada vez mais sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A crise, que se arrasta desde o fim de 2024, ganhou novo capítulo após Wilder atacar publicamente o vereador em entrevista ao programa Papo Aberto. Em resposta, Vitor Hugo divulgou um print de uma videochamada com Bolsonaro, em um gesto simbólico que reforça sua ligação direta com o líder máximo da direita no país.
A movimentação de Vitor Hugo foi lida como uma demonstração de prestígio e força política, em contraste com o isolamento crescente de Wilder dentro do próprio partido. Mesmo sob ameaça de expulsão e enfrentando resistência de dirigentes estaduais, o vereador segue blindado pelo apoio de Bolsonaro — algo que, na prática, esvazia o poder do senador sobre os rumos do PL em Goiás.
O embate ganhou força ainda em dezembro do ano passado, quando Vitor Hugo articulou um encontro entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e Bolsonaro, em Brasília. A aproximação foi vista como traição por Wilder e outros caciques da sigla, que ainda defendiam candidatura própria ao governo estadual em 2026. O gesto de Vitor, no entanto, já apontava para um novo cenário de alianças, possivelmente com o grupo do governador Ronaldo Caiado (UB), que tem Vilela como sucessor natural.
Com as bases bolsonaristas mais alinhadas a Vitor Hugo e Wilder cada vez mais enfraquecido, a tendência é de que o controle político do PL em Goiás passe, de fato, para mãos mais próximas do ex-presidente. A permanência de Wilder no comando da legenda, neste contexto, parece cada vez mais insustentável.