Goiânia, 16/06/2025
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Mourão nega envolvimento em trama golpista e rebate delação: “Não somos bandidos”

25/05/25

Em depoimento prestado na última sexta-feira, 23, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) rejeitou qualquer participação ou conhecimento sobre supostas articulações golpistas durante o fim do governo Jair Bolsonaro (PL). Ouvido como testemunha no inquérito que apura uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Mourão também negou ter sido alvo de monitoramento por parte de militares.

As declarações do senador foram uma resposta direta às acusações feitas pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, em acordo de delação premiada homologado pelo STF. Segundo Cid, havia um suposto esquema de vigilância para acompanhar encontros de integrantes do governo Bolsonaro com ministros da Suprema Corte. Mourão teria sido monitorado por demonstrar intenção de conversar com o ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação.

O general reformado, no entanto, refutou a versão com veemência: “Se eu tivesse que me encontrar com vossa excelência, eu falaria com o presidente Bolsonaro: ‘vou conversar com o ministro Alexandre de Moraes’. Não temos nada a esconder, não somos dois bandidos”, afirmou Mourão durante a audiência.

O ministro Moraes mencionou nominalmente os supostos responsáveis pela vigilância: os militares Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, ambos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Questionado sobre a atuação deles, Mourão disse não conhecer o envolvimento de qualquer pessoa em atividades de monitoramento.

“Não fiquei sabendo e nunca me preocupei com isso”, declarou. “Até porque meus atos eram públicos, em agenda divulgada diariamente. Qualquer deslocamento que eu fizesse, eu fazia em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), com toda divulgação.”

Mourão também reforçou que jamais recebeu ordens de qualquer autoridade do governo para agir contra a posse de Lula ou para questionar a legitimidade do processo eleitoral. O senador foi vice-presidente da República entre 2019 e 2022, período no qual também manteve posição de certa independência em relação a Jair Bolsonaro em diversos episódios públicos.


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