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PT projeta aliança ampla em Goiás e mira chapa com Vanderlan e Marconi para 2026

25/05/25

Com as articulações para as eleições de 2026 já em curso, o Partido dos Trabalhadores (PT) em Goiás trabalha nos bastidores para montar uma frente ampla de centro-esquerda, tendo como foco principal a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Duas lideranças petistas ouvidas pelo jornal Opção afirmaram que o partido avalia como “prioridade absoluta” a construção de um palanque robusto no Estado, mesmo que para isso precise abrir mão de uma candidatura própria ao governo.

Nesse contexto, dois nomes vêm ganhando força nas conversas internas: o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Ambos são considerados peças-chave para composições viáveis na disputa majoritária — ainda que, até o momento, nenhum dos dois tenha batido o martelo sobre uma aliança formal com os petistas.

Um dos interlocutores do PT avalia que Marconi segue adotando uma postura de cautela e só deve tomar uma decisão em dezembro, quando o cenário político estadual e nacional estiver mais claro. “Pelo visto, Marconi está esperando a posição do bolsonarismo em Goiás — se vai lançar candidato a governador ou se vai compor com Daniel Vilela. Noutras palavras, a tática do tucano poderá levá-lo, não ao Nirvana, e sim ao brejo”, ironizou.

Outro integrante do partido lembra que, em 2022, Marconi perdeu a chance de voltar ao Senado justamente por não ter se aliado ao PT. “Aliado ao PT, Denise Carvalho não seria candidata e Marconi teria conquistado os votos da esquerda e poderia ter derrotado Wilder Morais. Juntos, Marconi e Denise obtiveram 925.675 votos, ou seja, 126.653 votos a mais do que o senador eleito Wilder Morais. Faltou realismo ao tucano, como está faltando agora. Ninguém pode ignorar a força e a estrutura do PT”, argumentou.

O PT trabalha com três possibilidades principais para 2026. A primeira seria uma chapa formada exclusivamente por partidos do campo progressista: PT, PV, PCdoB, PSOL e Rede. Nessa configuração, nomes como o de Denise Carvalho, atual assessora do governo federal, são cogitados para compor tanto para o governo quanto para o Senado. “Ela está bem em Brasília, mas é um ótimo nome. Articulada e com discurso forte”, destacou um dirigente petista.

A segunda hipótese é expandir a aliança para incluir Solidariedade, PDT (da deputada Flávia Morais), PSB (de Elias Vaz e do senador Jorge Kajuru) e o PSD (de Vanderlan Cardoso e do deputado Ismael Alexandrino). A presença de Vanderlan nesse grupo é vista com otimismo por setores do PT, que acreditam que o senador possa romper com a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). “Vanderlan está se iludindo se pensa que será candidato com o apoio de Caiado e Daniel Vilela. Eles priorizam uma aliança com o PL de Bolsonaro, Wilder Morais, Gayer e Major Vitor Hugo. Ele está fora do jogo. O que nós estamos oferecendo é tanto espaço quanto eleitorado”, analisou um dos petistas.

A terceira possibilidade envolve diretamente o PSDB de Marconi Perillo, além de nomes como Aava Santiago e Matheus Ribeiro. “Faremos qualquer composição no campo da centro-esquerda, desde que fora do eixo do União Brasil. A meta é clara: fortalecer a chapa de governador e garantir um palanque forte para Lula”, afirmou uma liderança.

Entre os petistas, há quem veja com ceticismo a hesitação de Marconi em se aproximar da esquerda. Um ex-deputado resume: “Se Marconi não aceitar a aliança com o PT e optar por caminhar com a direita, corre o risco de ficar isolado e sem chance de vitória. Aconselhado por Jayme Rincón e Jardel Sebba, ele caminha para seu terceiro matadouro político”.


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