25/05/25
Lançada na última quinta-feira, 22, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a campanha “Estou com Janja” não conseguiu mobilizar as redes sociais como esperado. Criada em resposta às críticas à participação da primeira-dama Janja Lula da Silva em um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, a ação buscava minimizar o impacto da repercussão negativa de sua fala sobre o TikTok — considerada um constrangimento diplomático por integrantes do governo e da oposição.
Apesar da tentativa de mostrar apoio, os resultados nas plataformas digitais foram discretos. No Instagram, a campanha não alcançou destaque entre as 12 publicações mais engajadas do perfil oficial do PT na semana. A hashtag “#EstouComJanja” apareceu pouco mais de 100 vezes até a manhã deste domingo, 25. Já no X (antigo Twitter), a postagem somou pouco mais de 31 mil visualizações, sem atingir os trending topics — número considerado modesto para uma ação de mobilização política.
Durante o jantar oficial, Janja teria feito críticas à plataforma TikTok, o que gerou desconforto com autoridades chinesas. O episódio foi interpretado como uma quebra de protocolo diplomático, acentuando os ataques de adversários do governo. Em nota, o PT saiu em defesa da primeira-dama, alegando que ela “tem se posicionado com firmeza por um ambiente digital mais seguro, especialmente para mulheres, crianças e adolescentes”.
Janja também reagiu às críticas em entrevista à Folha de S.Paulo, onde afirmou: “Não sou um biscuit de porcelana”. E completou: “Tenho o direito de participar do debate público, inclusive nas agendas internacionais”. O presidente Lula reforçou a defesa da esposa, dizendo que ele próprio iniciou a conversa com Xi Jinping e que Janja apenas complementou com dados sobre a violência digital no Brasil.
Ainda assim, figuras da oposição aproveitaram o episódio para atacar o governo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ironizou: “Se ela acredita que censura e prisão são adequadas em uma democracia, imagine o que pensa o presidente”. Já o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou o teor da fala de Janja sobre regulação digital: “Esse debate é difícil porque os brasileiros não querem viver em uma ditadura”.
