30/05/25
Durante audiência pública de prestação de contas nesta quinta-feira (29), o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), voltou a criticar a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão das maternidades da capital. Mabel solicitou que o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), realize uma auditoria rigorosa nos contratos firmados entre a fundação e o município nos últimos quatro anos. Ele também afirmou que não manterá os repasses mensais de R$ 20 milhões, valor pago pela gestão anterior, e que limitará o valor a, no máximo, R$ 13 milhões.
“Gostaria de solicitar ao presidente em exercício da Câmara que apresente um requerimento para que o SUS realize uma auditoria nos últimos quatro anos da Fundahc aqui em Goiânia”, declarou Mabel. Ele cobrou que a apuração se baseie em documentos oficiais e, se possível, utilize também relatórios da Polícia Civil. O prefeito ainda criticou auditorias anteriores feitas pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS) e pediu investigações sobre a atuação da fundação nas gestões anteriores, em especial a do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade).
O prefeito alegou que o valor repassado à Fundahc é inflado e que Organizações Sociais estariam dispostas a realizar a mesma gestão por valores bem inferiores. “Hoje se paga R$ 12 milhões e se faz muito mais. Temos seis OSs querendo fazer por R$ 10, R$ 11 milhões. Pagava-se R$ 20 milhões para o Wilson Pollara (ex-secretário de Saúde) transferir dinheiro para os fornecedores dele. Era corrupção ali dentro”, acusou Mabel.
Na mesma linha, o líder do prefeito na Câmara, vereador Igor Franco (MDB), defendeu o rompimento definitivo do contrato com a Fundahc. Ele classificou a situação como “caso de polícia” e citou visita à Maternidade Célia Câmara, onde, segundo ele, pacientes permaneciam internados em UTIs mesmo após estarem aptos a receber alta. “Vamos analisar como se constrói essa saída definitiva do município”, afirmou.
Em nota, a Fundahc alegou que o pedido de auditoria foi feito pelo Legislativo e que a entidade tem colaborado com a fiscalização. Segundo a fundação, a redução de 40% nos convênios visa adequar os serviços à nova realidade financeira do Executivo. A fundação também afirma que colocou sua equipe técnica à disposição da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para elaborar um novo escopo contratual e que aguarda a aprovação do Conselho Municipal de Saúde para formalizar os ajustes.