Goiânia, 16/06/2025
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Marconi admite que, sob sua liderança, PSDB chegou ao fundo do poço

30/05/25

À frente de um PSDB em colapso, o ex-governador de Goiás e presidente nacional do partido, Marconi Perillo, reconheceu publicamente que a legenda chegou ao fundo do poço. A declaração foi dada durante entrevista ao podcast Giro 360, do jornal O Popular, na qual admitiu que está prestes a "apagar as luzes" da sigla que comanda desde 2023. A tentativa de reerguimento, segundo ele, está na fusão com o Podemos, já em estágio avançado de negociação. “A gente chegou em uma situação de muita dificuldade, tipo fundo do poço, e com essa fusão a gente reaparece de forma renovada”, afirmou.

O diagnóstico de Marconi reflete a realidade de um partido em desintegração. De protagonista em eleições presidenciais à condição de legenda coadjuvante, o PSDB saiu das urnas de 2022 com apenas 13 deputados federais e nenhuma candidatura competitiva à Presidência da República. O cenário piorou em 2024, quando o partido perdeu todos os seus vereadores em São Paulo e assistiu a debandadas de figuras de peso. Marconi, no entanto, evita qualquer autocrítica sobre sua gestão, que começou com promessas de reorganização e terminou com o esvaziamento da legenda.

A mais recente baixa tucana foi o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que anunciou sua desfiliação após 24 anos de militância. Antes dele, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, também deixou o PSDB rumo ao PSD, acompanhada de outros quadros expressivos como o senador Izalci Lucas (DF), que se filiou ao PL.

O desfecho inevitável, como o próprio Marconi reconhece, é o fim do PSDB como foi conhecido nas últimas três décadas. De Fernando Henrique Cardoso a uma legenda em ruínas, o partido perde seu protagonismo histórico e fecha um ciclo sem conseguir apresentar novos nomes, lideranças ou projetos que o reconectem à sociedade. A fusão com o Podemos pode dar sobrevida institucional, mas dificilmente apaga a marca de um fim melancólico.


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