Goiânia, 16/06/2025
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Gleisi aciona STF contra Gayer por falas machistas e pede R$ 30 mil por danos morais


31/05/25

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), protocolou uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) após declarações que considera ofensivas e misóginas. A ação, baseada na prática de violência política de gênero, pede que o parlamentar seja condenado por suas falas e ainda solicita indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil.

A motivação do processo são publicações feitas por Gayer em suas redes sociais, nas quais ele sugere, em tom depreciativo, que Gleisi estaria envolvida em um “trisal” com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da CCJ do Senado, e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), companheiro da ministra. Em uma das postagens no X (antigo Twitter), Gayer insinua que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria "oferecido" Gleisi a Alcolumbre, comparando a situação à de um "cafetão oferecendo uma garota de programa". A postagem foi posteriormente apagada.

Na ação apresentada ao STF, a defesa de Gleisi classificou a atitude de Gayer como “criminosa, misógina e inaceitável”. Para os advogados, o parlamentar teve como objetivo “constranger e humilhar” a ministra diante da opinião pública. “Atitudes como essa — que são explícitas na tentativa de humilhar publicamente uma mulher — são inaceitáveis e precisam sofrer repreensão em um Brasil que luta para superar o entristecedor cenário de violência”, afirma a petição.

As ofensas ocorreram após uma declaração de Lula em evento com parlamentares, na qual ele se referiu à ministra como uma "mulher bonita" escolhida para melhorar a relação do Planalto com o Congresso. A fala do presidente também gerou críticas por seu teor considerado machista. Apesar disso, Gleisi saiu em defesa de Lula. “Fico indignada com os bolsonaristas que utilizam disso para fazer um jogo baixo. Gestos são mais importantes que palavras”, respondeu.

Além da reação de Gleisi, o senador Davi Alcolumbre também anunciou que irá processar Gustavo Gayer. Segundo sua assessoria, o parlamentar prepara ações judiciais em diversas instâncias, incluindo a criminal, e apresentará representação contra o deputado no Conselho de Ética da Câmara. “Está na mão dos advogados para analisar o que é possível fazer”, afirmou o senador.

Ao comentar o episódio, Alcolumbre criticou o uso da imunidade parlamentar como escudo para ofensas. “O que está dificultando no Brasil são as pessoas agredirem as outras sem medir o que estão falando. Liberdade de expressão não é para agredir as pessoas”, disse.


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