01/06/25
A vereadora Aava Santiago (PSDB) tem se movimentado com desenvoltura nos bastidores da política goiana, mirando o futuro — e não apenas uma possível candidatura a deputada estadual em 2026. Apesar de seu cargo atual na Câmara de Goiânia, a tucana articula com nomes de peso e já é cogitada como potencial candidata ao governo do Estado, com apoio de setores do próprio PSDB e do PT.
Evangelista de perfil moderado e figura em ascensão na política estadual, Aava mantém um diálogo direto com o ex-governador Marconi Perillo, mesmo sem seguir à risca as diretrizes da cúpula tucana. Embora tenha ganhado destaque por confrontar lideranças tradicionais, ela constrói sua trajetória com cautela e ambição. “Nós sabemos que há fila na política. E hoje, quem está na frente para disputar o governo é o Marconi”, reconhece, em conversas reservadas que o jornal Opção teve acesso.
Marconi, por sua vez, continua sendo a principal figura do PSDB em Goiás. Controla o partido, comanda recursos e tem aliados como Jayme Rincon e Jardel Sebba ao seu lado. Seu plano A é disputar o governo pela quinta vez — mas, experiente, o ex-governador tem repetido que só tomará uma decisão após analisar pesquisas qualitativas e quantitativas. E, se o desgaste de imagem persistir nas principais cidades, a tendência é de recuo.
Nesse cenário, Aava desponta como opção natural para encabeçar uma chapa majoritária. “Se Marconi decidir concorrer a deputado federal, abrirá espaço para que ela dispute o governo”, avalia um tucano. A possível derrota de Aava, caso ocorra, serviria para ampliar seu nome no Estado e renovar a imagem do PSDB, assim como o próprio Marconi fez em 1998 ao enfrentar Iris Rezende com o discurso da renovação.
PT
Nos bastidores do PT goiano, liderado por Adriana Accorsi, Rubens Otoni e outros quadros históricos como Kátia Maria e Bia de Lima, o nome de Aava Santiago também tem ganhado força. A relação entre ela e os petistas é cada vez mais próxima. Não por acaso, seu nome chegou a ser cotado para o Ministério das Mulheres — indicação que teria esbarrado na falta de definição de Marconi sobre seu projeto político. “Só vou decidir em dezembro”, teria dito o tucano.
Embora Marconi critique o governo Lula publicamente, mantém diálogo fluente com lideranças do PT em Goiás. Aava, por sua vez, agrada o entorno de Lula pela possibilidade de atrair o eleitorado evangélico moderado — uma demanda estratégica para a campanha de reeleição do presidente.
A possibilidade de Aava se filiar ao PT não está descartada, embora ela nunca tenha falado publicamente sobre essa hipótese. O movimento, caso ocorra, abriria caminho para uma candidatura ao governo com apoio de Lula, unificando forças da esquerda e da centro-direita goiana em torno de uma figura nova, com baixa rejeição.