01/06/25
A possível candidatura de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás em 2026 parece mais uma tentativa de retomar visibilidade do que um plano consistente de retorno ao poder. Apesar de ter governado o Estado por quatro mandatos, o ex-governador lida hoje com um cenário político bem menos favorável do que aquele que o alçou ao protagonismo por mais de duas décadas.
Com desempenho apagado à frente da presidência nacional do PSDB e longe das articulações centrais do partido, Marconi enfrenta dificuldade em reunir forças para uma candidatura majoritária competitiva. “Na verdade, ao cogitar disputar novamente o governo, Marconi parece mais preocupado em se manter em evidência e buscar algum espaço de relevância no tabuleiro político”, analisa Cloves Reges, no blog Opinando.
A estrutura partidária que antes sustentava sua hegemonia em Goiás está enfraquecida. O PSDB perdeu relevância, especialmente no interior, e o ex-governador não conseguiu formar uma nova geração de aliados com densidade eleitoral. Seu grupo político, hoje, carece de recursos, capilaridade e renovação.
Além disso, há o peso dos passivos deixados por suas gestões. Ações judiciais, denúncias de corrupção e a herança fiscal da sua última administração serão inevitavelmente resgatados em qualquer eventual campanha. Tais elementos desgastam a imagem de Perillo e municiam adversários em um ambiente eleitoral cada vez mais competitivo e avesso à velha política.
Os fracassos nas urnas em 2018 e 2022, quando disputou o Senado e foi derrotado, evidenciam a dificuldade de reconexão com o eleitorado goiano. A rejeição, especialmente nos grandes centros urbanos, permanece alta.
Diante desse quadro, analistas veem a hipótese de uma nova candidatura ao governo como improvável em termos de viabilidade. Caso insista, Marconi corre o risco de encerrar sua trajetória política de forma melancólica, consolidando um ciclo que, para muitos, já se encerrou.