Goiânia, 16/06/2025
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Isolado e sem base, Wilder vê projeto de 2026 se desmanchar

02/06/25

A pré-candidatura de Wilder Morais (PL) ao governo de Goiás em 2026 enfrenta obstáculos cada vez maiores e já é vista por aliados e adversários como improvável. O senador, que preside o diretório estadual do PL, tem perdido espaço dentro do próprio partido, que hoje vive uma crise interna alimentada por disputas públicas entre Gustavo Gayer e Major Vitor Hugo — ambos buscando protagonismo e ligação direta com Jair Bolsonaro. Sem controle claro sobre essas disputas e sem articulações visíveis, Wilder aparece isolado em meio ao racha.

Apesar de manter o discurso de que o partido terá candidato próprio, Wilder não tem conseguido consolidar seu nome como liderança de consenso. A ala ligada a Gayer, mais alinhada ideologicamente ao bolsonarismo raiz, defende um rompimento definitivo com o governo Ronaldo Caiado (União Brasil) e rejeita qualquer composição que inclua figuras do atual grupo governista. Por outro lado, Vitor Hugo tem flertado com a possibilidade de aliança com Daniel Vilela (MDB), pré-candidato de Caiado ao governo, e chegou a articular reuniões com Bolsonaro e o grupo de Caiado — movimento que provocou nota de repúdio do próprio PL estadual.

Em meio ao fogo cruzado, Wilder evita o embate direto, o que tem gerado críticas mesmo entre prefeitos que antes o apoiavam. A falta de iniciativa política concreta e a ausência de posicionamento diante da disputa interna evidenciam seu enfraquecimento. Enquanto isso, outras lideranças do PL disputam a atenção de Bolsonaro e se movimentam para ocupar o espaço que, em tese, seria do senador. A fala do ex-presidente ao dizer que “Wilder, não é quem você quer” — em referência à definição das candidaturas — soou como um recado direto ao goiano.

A fragilidade de Wilder também se reflete na ausência de articulações no interior. Com o avanço do grupo de Caiado sobre as prefeituras e o MDB liderado por Daniel Vilela consolidando alianças regionais, o senador tem encontrado dificuldades para formar uma base competitiva. Além disso, o discurso bolsonarista, que antes unificava o partido, agora é usado como arma de guerra entre alas rivais — e Wilder não conseguiu se firmar como liderança moderadora ou referência entre elas.

Diante desse cenário, a possibilidade de Wilder ser candidato a governador em 2026 se reduz a cada nova crise interna no PL. Com o partido rachado, o comando fragilizado e sua imagem desgastada, o senador parece cada vez mais fora do jogo. As movimentações nos bastidores indicam que, mesmo com o título de presidente estadual da sigla, ele já não é mais o nome natural do bolsonarismo goiano para a sucessão de Caiado.


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