06/06/25
A convenção nacional do PSDB aprovou nesta quinta-feira (5) a fusão com o Podemos, mas o novo partido já estreia com divergências internas e indefinições sobre o futuro da legenda. Embora o placar tenha sido quase unânime — 201 votos a 2 —, as negociações sobre comando, identidade partidária e estratégia política ainda estão longe de um consenso. A nova sigla ainda não tem nome, número, símbolo ou liderança definidos.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, tenta adotar tom de unidade, mas admitiu que as decisões mais sensíveis, como a presidência da nova legenda, serão deixadas para depois. Há a possibilidade de um rodízio entre dirigentes das duas siglas, mas sem qualquer acordo fechado. A indefinição sobre quem comandará o novo partido já expõe o início de uma disputa entre lideranças do PSDB e do Podemos.
As diferenças também se manifestam na definição da identidade visual. Enquanto Perillo prega uma “consulta ampla” aos filiados sobre o símbolo da nova sigla, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) já defende publicamente o uso do tucano — tradicional emblema do PSDB — como ícone da fusão. “Todos seremos tucanos, só que agora com novas cores”, afirmou, sugerindo que o PSDB manterá protagonismo, o que desagrada parte da base do Podemos.
Perillo minimizou os impasses, dizendo que o processo segue "no tempo certo", mas o início do novo partido deixa evidente que a união PSDB-Podemos está longe de ser pacífica. A fusão, embora formalizada, ainda precisa superar divergências internas para se consolidar como uma força política relevante de olho nas eleições de 2026.
