Goiânia, 16/06/2025
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Justiça anula júri que condenou político por assassinato de ex-prefeito em motel

07/06/25

A Justiça de Goiás anulou o júri popular que havia condenado o ex-prefeito de Estrela do Norte, Wellington José de Almeida, a 16 anos de prisão pelo assassinato de Geraldo Nicolau Filho, também ex-prefeito do município. O crime ocorreu em outubro de 2015, dentro de um motel às margens da BR-153, em Mara Rosa, no Norte goiano.

A anulação atende a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que apontou quebra do princípio de incomunicabilidade dos jurados. Segundo o órgão, os réus e seus advogados mantiveram contato direto com membros do conselho de sentença durante o julgamento realizado em novembro de 2024. A prática, considerada grave, comprometeu a imparcialidade do veredicto. A Justiça determinou, então, que o julgamento será refeito com novo júri, ainda sem data marcada.

A defesa de Wellington e de sua esposa, Elaine Cristina Vaz, contestou a decisão e afirmou que os advogados acusados de violar o processo não atuam mais no caso. “Consideramos desnecessária a nova ordem de prisão decretada, sobretudo após o alvará de soltura concedido em decorrência da anulação”, disse a defesa.

Após a decisão, Wellington chegou a ser solto, mas voltou a ser preso por força de novo pedido do MP-GO. Elaine também foi detida nas imediações do presídio de Uruaçu, onde aguardava o marido.

O crime
Geraldo Nicolau foi morto a tiros após ser atraído a um motel, onde se encontrava com Anésia Xavier, cunhada de Wellington, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima foi cercada por dois homens e uma mulher. Ele tentou fugir, mas foi baleado oito vezes.

Segundo o MP-GO, Wellington cometeu o crime com o irmão, Waldivino José de Almeida, que já foi condenado. A motivação envolvia questões pessoais e políticas: Wellington e Geraldo eram adversários históricos em Estrela do Norte.

A então primeira-dama, Elaine Cristina Vaz, também foi acusada de envolvimento no crime. Em 2023, chegou a ser condenada, mas teve o julgamento anulado após recurso. No novo júri, realizado em 2024, foi absolvida — pelo mesmo conselho que condenou Wellington.

Anésia Xavier chegou a ser presa, mas foi liberada após comprovar, segundo sua defesa, que não participou do assassinato. “Ela sequer foi denunciada no processo”, afirmou o advogado João Paulo Gomes.

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que o novo julgamento será marcado após formação de outro conselho de sentença.


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