Goiânia, 16/06/2025
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Fred Rodrigues nada diz sobre nova rejeição das contas de 2024 e prefere falar de Leo Lins

08/06/25

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE GO) julgou irregulares as contas de campanha de Fred Rodrigues (PL), ex-candidato à Prefeitura de Goiânia, em 2024. A decisão, proferida pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 135ª Zona Eleitoral, acolheu pareceres técnicos do TRE e do Ministério Público Eleitoral, que apontaram falhas graves na prestação de contas, incluindo a omissão de créditos de impulsionamento nas redes sociais e a destinação não comprovada de material gráfico.

Embora o valor inicialmente questionado fosse de R$ 785 mil, o magistrado determinou a devolução de apenas R$ 2.930,14. No entanto, julgou a irregularidade suficientemente grave para desaprovar as contas: "Trata se de irregularidade grave, geradora de potencial desaprovação", destacou Pacheco, mesmo ao desconsiderar outros questionamentos sobre serviços advocatícios e multas ainda em pendência jurídica.

Curiosamente, neste sábado, 7, Rodrigues optou por não comentar o novo revés eleitoral. Em suas redes sociais, ele preferiu focalizar na recente condenação do humorista Leo Lins, citando-a como exemplo de uma atuação judicial que, segundo ele, fere a liberdade de expressão:

"A condenação de Leo Lins é o mero reflexo do atropelo da sociedade e consequentemente da Constituição pelas ideias estapafúrdias de extrema esquerda. Onde os chamados 'grupos oprimidos' são elevados a castas especiais e privilegiadas com o monopólio da denunciação criminosa. O Congresso precisa agir e enquadrar esses juízes que atuam contra a Constituição, e além disso expandir a proteção à liberdade de expressão no Brasil para os níveis dos EUA", publicou Rodrigues no X.

Contexto da ação
A impugnação das contas foi apresentada pela campanha de Sandro Mabel (UB), atual prefeito e vencedor do pleito com 55,5% dos votos. A defesa de Rodrigues argumentou que várias das irregularidades levantadas não configuram impropriedade, mas o juiz entendeu que elas sim impactam a confiabilidade da prestação de contas, justificando a desaprovação.

Caso Leo Lins
O humorista Leo Lins foi condenado a mais de oito anos de prisão por uma série de piadas consideradas discriminatórias contra múltiplos grupos minoritários – entre eles, negros, indígenas, pessoas com deficiência e LGBTQIA+ – durante um show de stand-up em 2022. A juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, entendeu que as falas ultrapassaram a liberdade artística, configurando discurso de ódio.

A condenação repercutiu amplamente na imprensa nacional e internacional. O Washington Post destacou que o julgamento marca um endurecimento no combate ao discurso de ódio no Brasil , enquanto El País ressaltou que a decisão pode criar precedentes ao equiparar piadas depreciativas a crimes. 

Lins recorre da sentença, argumentando que se tratava de uma “persona cômica” no palco e acusando a Justiça de autoritária. Em vídeo recente, declarou: “Se rir virou crime, o silêncio virou regra”.


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