09/06/25
Pais e responsáveis por crianças com autismo, TDAH, dislexia e síndrome de Down enfrentam um cenário de incerteza em Goiânia após a Unimed anunciar, no dia 15 de maio, o descredenciamento de três clínicas terapêuticas consideradas referência no atendimento infantil. A decisão, que afeta diretamente mais de 200 pacientes, prevê o encerramento definitivo dos atendimentos em 29 de junho.
As clínicas atingidas são a Amplitude, o Centro de Reabilitação e Aprendizagem Psicopedagógica (CRAP) e o Instituto Sara Jacobi. Todas oferecem acompanhamento multidisciplinar para crianças com laudos que exigem atenção especializada, como terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia. Com o fim do contrato, muitas famílias relatam dificuldade para manter o tratamento dos filhos.
Segundo os relatos, a comunicação da mudança foi feita de forma brusca. “No CRAP, fomos avisados por um motoboy. Depois recebemos uma lista com clínicas substitutas, mas nenhuma oferece todos os serviços que nossos filhos precisam”, afirma Wanderleia Teixeira de Oliveira, mãe de um menino autista e também psicóloga. Apesar de haver cerca de 30 clínicas credenciadas na capital, apenas 14 oferecem a cobertura completa, e nenhuma tem vagas disponíveis.
A logística imposta às famílias, de buscar atendimentos fragmentados em diferentes locais, é vista como impraticável. “Como encaixar sessões seguidas em clínicas distantes, com poucos minutos entre uma e outra? É desumano”, desabafa Wanderleia. Diante do impasse, os responsáveis cobram diálogo com a operadora e soluções concretas que garantam a continuidade dos tratamentos essenciais.