09/06/25
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) já gastou ao menos R$ 1,48 milhão com diárias, pacotes e auxílios de locomoção para viagens internacionais de deputados estaduais apenas nos cinco primeiros meses de 2025. Os destinos, distribuídos por três continentes — América do Norte, Europa e Ásia —, envolveram missões oficiais, congressos e eventos temáticos, com a maioria das viagens concentrada na Europa. As informações foram reveladas pelo jornal O Popular desta segunda-feira (9/6).
A viagem mais cara até agora foi uma missão de sete deputados à Itália e Portugal, entre 26 de abril e 7 de maio, para atividades relacionadas a saneamento e resíduos sólidos. Cada parlamentar recebeu R$ 93,1 mil, totalizando R$ 651,7 mil. O pacote, vendido por uma consultoria ambiental do Rio de Janeiro, não incluiu passagens aéreas. Participaram da comitiva os deputados Major Araújo, Paulo Cezar Martins, Gugu Nader, Veter Martins, Clécio Alves, Cairo Salim e Karlos Cabral.
Outra missão expressiva foi à Índia, entre 8 e 23 de fevereiro, com seis parlamentares. Cada um também recebeu R$ 93,1 mil, somando R$ 558,6 mil. Já Alessandro Moreira (PP) recebeu o mesmo valor por viagem a Portugal e França em março, enquanto José Machado (PSDB) recebeu R$ 50,6 mil por viagem a Orlando (EUA), sem justificar o motivo. Talles Barreto (UB) teve reembolso de R$ 65,1 mil por roteiro entre Lisboa, Paris e Milão.
A falta de detalhamento claro no Portal da Transparência dificulta o controle sobre os gastos. A Alego afirmou que a equipe de TI trabalha para separar os valores referentes às inscrições, atualmente somados às diárias, mas não há previsão para disponibilização desse recurso. Todos os valores ressarcidos são pagos com recursos do duodécimo.
Atualmente, Cairo Salim está em Singapura e Dubai participando da feira de varejo NRF Asia Pacific, e Eduardo Prado representa a Alego em fóruns legislativos nos Estados Unidos. Os custos dessas viagens ainda não foram divulgados. A Casa argumenta que as agendas no exterior servem para estreitar relações e buscar experiências aplicáveis à administração pública, mas os altos valores e a baixa transparência levantam questionamentos sobre os reais resultados dessas viagens.