09/06/25
A Justiça de Goiás anulou o julgamento que condenou o ex-prefeito de Estrela do Norte, Wellington José de Almeida, a 16 anos de prisão pela morte do também ex-prefeito Geraldo Nicolau Filho, assassinado a tiros em outubro de 2015 dentro de um motel às margens da BR-153, em Mara Rosa. A decisão atende a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que apontou violação à incomunicabilidade dos jurados durante o júri realizado em novembro de 2024.
De acordo com o MP-GO, houve contato indevido entre jurados e pessoas ligadas à defesa, que teriam apresentado argumentos com o objetivo de influenciar o resultado do julgamento. A Justiça considerou o episódio como quebra da imparcialidade do júri e determinou a realização de um novo julgamento, ainda sem data definida. Com a anulação, Wellington chegou a receber alvará de soltura, mas voltou à prisão após novo pedido de detenção preventiva feito pelo Ministério Público.
O crime ocorreu em 2015, quando Geraldo Nicolau foi atraído a um motel por uma mulher com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Imagens de segurança mostraram o momento em que ele foi cercado por dois homens e uma mulher no local. Segundo a investigação, ele foi alvejado por Wellington e seu irmão, Waldivino José de Almeida, já condenado pelo crime. A motivação estaria relacionada a questões pessoais e políticas, já que os dois políticos eram adversários.
A então primeira-dama e esposa de Wellington, Elaine Cristina Vaz, também figurou como suspeita no caso. Ela foi condenada em 2023 a 14 anos de prisão, mas absolvida em novo júri em 2024. Na ocasião, o mesmo júri que a absolveu também condenou Wellington. A cunhada do político, Anésia Xavier, que teria atraído a vítima ao local, foi investigada, mas teve sua inocência reconhecida e não chegou a ser denunciada.
Em nota, a defesa de Wellington e Elaine repudiou o novo decreto de prisão, classificando-o como “arbitrário” e “baseado em suposições levianas”. Afirmou ainda que os advogados apontados como responsáveis por influenciar jurados não fazem mais parte do processo e que todas as medidas jurídicas estão sendo adotadas para reverter as decisões.