13/06/25
Apesar de promessas de celeridade, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) não deu andamento às representações apresentadas por Bia de Lima (PT) e Amauri Ribeiro (UB) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Passados 18 dias desde o recebimento das denúncias, os deputados envolvidos ainda não foram notificados para apresentar defesa, etapa inicial obrigatória do rito disciplinar.
A expectativa de resposta rápida surgiu após os insultos proferidos por Amauri contra Bia nas sessões dos dias 20, 21 e 22 de maio. O presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), chegou a anunciar, ao lado do presidente do Conselho, Charles Bento (MDB), a antecipação de prazos regimentais como sinal de firmeza. Mas a tentativa acabou frustrada por um erro de Charles, que quis assumir a relatoria dos processos, o que é vedado pelo regimento por ele presidir o colegiado. Desde o recuo formal em 28 de maio, o Conselho não se movimentou mais. As informações foram reveladas pelo jornal O Popular, desta sexta-feira (13).
A situação escancara a falta de articulação da Alego para lidar com conflitos entre parlamentares. A ausência de Charles Bento das sessões desta semana, incluindo falta não justificada nesta quinta-feira (12), agravou a sensação de paralisia. A assessoria do deputado prometeu uma manifestação oficial, mas nada foi enviado até o fechamento da matéria.
Bruno Peixoto reconhece a responsabilidade do Conselho a partir do encaminhamento feito pela Mesa Diretora em 24 horas após o protocolo das denúncias. “É necessário corrigir e punir se houve excesso”, afirmou, embora admita que agora a condução está nas mãos do presidente do colegiado. Tanto ele quanto Bia de Lima cobram celeridade para que o caso não se arraste pelo semestre. Amauri Ribeiro também diz esperar julgamento rápido. Nos bastidores, porém, a falta de avanço reforça críticas à falta de comando institucional para lidar com crises éticas entre os próprios deputados.