14/06/25
O senador Wilder Morais (PL-GO) segue em silêncio diante do julgamento de Jair Bolsonaro e outros aliados no Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo após o ex-presidente chamar de “malucos” os manifestantes acampados em frente a quarteis, sob suspeita de envolvimento em atos golpistas em 2022, Morais evita comentar as acusações, o que tem gerado desconforto no núcleo bolsonarista.
Em depoimento nesta semana, Bolsonaro defendeu que não estimulou os acampamentos e disse ser contra intervenções militares ou o AI-5, afirmando que as Forças Armadas “jamais iam embarcar nessa”. Um gesto que reforça a audiência, na qual o ex-presidente tentou adotar imagem mais institucional.
Paralelamente, Morais, que busca o apoio de Bolsonaro para sua pré-candidatura ao governo de Goiás, se destaca pela falta de menções explícitas à trama sob análise no STF. Aliados próximos do PL já notaram que, mesmo diante de decisões polêmicas da Corte, o senador “evita confrontos diretos com Moraes” e não o cita nominalmente.
Esse silêncio ocorre no momento em que o PL se reorganiza para lidar com possíveis condenações. Integrantes da sigla trabalham com a hipótese de Bolsonaro ser condenado — e pressionam pela escolha de um candidato que receba seu aval. Nomes como Tarcísio de Freitas estão sendo avaliados, mas o apoio oficial de Bolsonaro segue central para o partido.
A postura de Morais contrasta com a militância bolsonarista, que defende posição mais radical contra o STF. A ausência de declarações públicas sugere uma tentativa de preservar o apoio do Centrão, evitar confrontos diretos com ministros e manter o discurso afinado com Brasília.
