Goiânia, 15/06/2025
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Sem fusão com o Podemos, PSDB vê reduzir opções para sobreviver politicamente

15/06/25

O PSDB entrou em 2025 com a expectativa de selar uma fusão com o Podemos e iniciar um novo ciclo de reconstrução política. A direção nacional tucana aprovou a proposta por unanimidade e, de início, a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos, sinalizou positivamente. O que era entusiasmo, no entanto, virou frustração: o acordo naufragou.

Na prática, o que parecia uma saída honrosa para dois partidos de médio porte acabou revelando as dificuldades internas do PSDB em ceder espaço. “Vamos buscar novas alternativas”, admitiu o deputado Aécio Neves (MG), após ser informado por Renata Abreu que a fusão estava fora de questão. Segundo apuração do Jornal Opção, o Podemos recuou diante das exigências tucanas, como o controle majoritário da presidência da nova sigla e um arranjo de governança de 60% a 40% em favor dos tucanos — apesar de o PSDB hoje contar com menos deputados federais e senadores.

O impasse expôs o isolamento da legenda. Liderada nacionalmente por Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, o PSDB perdeu musculatura nos últimos anos. Sem conseguir manter a aliança com o Cidadania — que saiu da federação após acusar os tucanos de sufocar a parceria — e agora rejeitado pelo Podemos, o partido tenta encontrar novas alternativas para não desaparecer do mapa político em 2026.

Entre os planos mais recentes, surgiu a possibilidade de buscar uma composição com o Republicanos. Mas essa porta também parece ter se fechado. “Isso foi coisa de 60 dias atrás. Hoje, a conversa para uma aliança é zero. Não tem mais isso”, afirmou uma liderança do Republicanos em Goiás, ligada ao presidente nacional da sigla, Marcos Pereira.

O PSDB, que por décadas rivalizou com o PT em eleições presidenciais e controlou governos estratégicos como São Paulo e Goiás, vive um momento de retração. Com apenas 13 deputados federais espalhados por oito estados, o partido corre o risco real de não superar a cláusula de barreira em 2026. Lideranças regionais abandonam o barco, e o comando nacional parece cada vez mais isolado.

O cenário descrito por analistas e quadros internos é de desgaste contínuo, num partido que insiste em se colocar como protagonista mesmo diante de uma evidente perda de relevância. A fusão frustrada com o Podemos escancarou o problema: o PSDB quer liderar sem ter base política para isso.


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