Goiânia, 26/08/2025
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Filha de prefeito de Água Limpa recebe Bolsa Família e auxílio emergencial mesmo com salário público

18/06/25

Registros do Portal da Transparência do Governo Federal revelam que Carla Dabiane Guimarães, filha do prefeito de Água Limpa, no sul de Goiás, recebeu R$ 40.792 do programa Bolsa Família até maio de 2025. Além disso, em 2020, ela também foi beneficiada com R$ 7.552 em auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19. A situação levanta suspeitas sobre a regularidade do benefício, já que Carla ocupa atualmente um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com remuneração bruta de R$ 6.991,44.

O Bolsa Família é destinado a famílias com renda mensal de até R$ 218 por pessoa, conforme critérios do Ministério do Desenvolvimento Social. No entanto, Carla Dabiane ocupa desde maio de 2024 o cargo de assessora parlamentar no gabinete do deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB). A remuneração, segundo o portal da transparência da Alego, está bem acima do limite exigido para a permanência no programa social.

Em nota à TV Anhanguera, Carla alegou que pode estar havendo um desencontro de informações e que a denúncia teria motivações políticas. Ela afirma que acredita ter sido cadastrada no programa em 2007, período em que enfrentava dificuldades financeiras, estava separada e cuidava sozinha de três filhos. No entanto, dados oficiais do governo federal apontam que ela começou a receber o Bolsa Família apenas a partir de 2013, e não há registros de repasses entre 2007 e 2012.

O deputado Gustavo Sebba também se manifestou, informando que Carla foi admitida como comissionada em 1º de maio de 2024 e que sua nomeação foi validada após análise do setor técnico e da procuradoria da Alego. O parlamentar declarou que a responsabilidade sobre o recebimento do Bolsa Família não cabe ao Poder Legislativo, nem ao gabinete parlamentar.

Até a publicação desta reportagem, Carla Dabiane não respondeu aos contatos. A permanência de seu nome como beneficiária do programa federal, mesmo diante de uma renda incompatível, coloca sob questionamento os mecanismos de controle e atualização do Cadastro Único, bem como o uso de recursos públicos destinados a famílias em situação de vulnerabilidade.


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