Goiânia, 26/08/2025
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Dívida deixada por Rogério Cruz é de R$ 4,8 bilhões e secretário classifica cenário como “calamitoso”

18/06/25

O secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, afirmou nesta terça-feira (17) que a dívida acumulada da capital aumentou de R$ 3,6 bilhões para mais de R$ 4,8 bilhões desde a saída do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, presidida justamente pelo deputado Wagner Neto, correligionário do ex-prefeito.

Valdivino classificou a situação financeira do município como “calamitosa” e revelou a existência de passivos não contabilizados, que somam cerca de R$ 1,2 bilhão. “Muitas dessas dívidas, como as do Imas, são o que chamamos de ‘dívidas do pendrive’. Não têm empenhos nem registros formais, porque os processos não foram normalizados. Segundo os balanços oficiais, os restos a pagar praticamente não existem, mas a realidade é bem diferente”, afirmou o secretário.

A participação de Valdivino na CCJ teve como objetivo defender a prorrogação do decreto de calamidade financeira nº 10.546/25, enviado à Câmara pelo prefeito Sandro Mabel (UB). O pedido enfrenta resistência após parecer contrário emitido pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO), que questiona a legalidade da medida com base nos dados contábeis disponíveis.

Apesar do parecer técnico negativo, o secretário sustentou que o decreto é essencial para garantir flexibilidade nas negociações da Prefeitura com fornecedores e prestadores de serviços. “Esse estado de calamidade nos ajuda, porque obriga cada setor da administração a negociar preços, quantidades e contratos. E temos feito isso com muito êxito”, argumentou.

 

Valdivino foi enfático ao responder sobre a posição do TCM-GO. “À luz da contabilidade, o tribunal não tem que dizer nada diferente do que disse. Mas a situação real é de calamidade”, disse, destacando que a herança fiscal da gestão anterior comprometeu a capacidade de investimento da cidade e gerou um rombo muito maior do que o registrado oficialmente.


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