19/06/25
O advogado Kowalsky Ribeiro foi reconduzido ao cargo de procurador-geral da Câmara Municipal de Goiânia por determinação do presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), mesmo respondendo a uma denúncia criminal do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A medida ocorre 40 dias após sua exoneração em meio ao episódio em que, segundo denúncia do MP, ele teria sacado uma arma de fogo e ameaçado o ex-chefe de gabinete do vereador Sargento Novandir (MDB), Sérgio Dorneles, durante um desentendimento no estacionamento da Câmara. A recondução deve reabrir o processo administrativo disciplinar (PAD) que havia sido arquivado com a saída de ambos os envolvidos.
A decisão de Policarpo expõe a influência política que Kowalsky mantém no Legislativo goianiense. Aliado antigo do presidente da Câmara, ele é apontado como responsável por dar sustentação jurídica a iniciativas estratégicas de Policarpo, que mantém forte controle sobre a estrutura interna da Casa. A portaria de retorno, assinada também pelos secretários Henrique Alves (MDB) e Juarez Lopes (PDT), causou surpresa entre vereadores e servidores, que a classificaram como “precoce” e “inadequada”, temendo novos desgastes públicos e políticos.
A denúncia do MP-GO, assinada pelo promotor José Antonio Correa Trevisan, relata que Kowalsky apontou uma arma contra o peito da vítima, em atitude “claramente intimidatória e incompatível com a civilidade exigida do espaço público institucional”. A acusação formal foi protocolada no mesmo dia em que sua recondução foi oficializada, e o processo agora será analisado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Caso a autoria e materialidade do crime sejam confirmadas, o promotor pede a condenação de Kowalsky, além de reparação pelos danos causados.
Nos bastidores, interlocutores afirmam que Policarpo já havia sinalizado a Kowalsky, logo após o episódio, que o retorno seria possível após o “esfriamento” da crise, possivelmente no segundo semestre. A volta, contudo, foi antecipada e fortalece a leitura de que a procuradoria é tratada como cargo estratégico e de confiança pessoal do presidente da Câmara. Enquanto isso, o futuro de Sérgio Dorneles segue indefinido. O vereador Novandir defendeu que ele também seja reconduzido, afirmando que “vítima não pode ser prejudicada”.