19/06/25
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) está em negociação avançada para se filiar ao PSDB, num movimento que escancara o enfraquecimento de ambos no cenário político nacional. Derrotado de forma contundente na eleição presidencial de 2022, quando obteve apenas 3% dos votos, Ciro tenta reocupar espaço nas articulações partidárias e pode migrar para uma legenda que também atravessa um longo processo de desgaste — o PSDB, hoje comandado por Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, igualmente acumulando fracassos nas urnas.
A possível filiação tem como pano de fundo a eleição para o governo do Ceará em 2026. Tucanos enxergam em Ciro uma chance de revitalização regional após a série de derrotas sofridas em pleitos recentes. Em reunião com aliados, no último mês de outubro, Perillo afirmou que uma eventual candidatura de Ciro ao Executivo estadual seria um "ganho político" para o partido, que busca retomar protagonismo após perder relevância nacional e sofrer esvaziamento de quadros.
A aproximação é respaldada por lideranças históricas como o ex-senador Tasso Jereissati, que teria formalizado o convite a Ciro ainda em maio. Apesar de ter declarado apoio à pré-candidatura do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, o ex-ministro não descarta entrar na disputa pelo governo cearense, sinalizando disposição para voltar ao jogo. A fusão do PSDB com o Podemos, que poderia afetar a estratégia de Ciro, foi descartada diante de disputas regionais e desacordos sobre o comando da nova legenda.
O movimento tem sido chamado nos bastidores de uma “dança dos derrotados”, reunindo dois nomes que, embora com histórico político expressivo, viram sua influência minguar nas últimas eleições. Para críticos, a aliança entre Ciro e o PSDB representa mais um capítulo de um grupo político que tenta se manter relevante em meio a um cenário dominado por forças mais consolidadas da esquerda e da direita. Ainda não há data oficial para a possível filiação, mas interlocutores afirmam que o anúncio pode ocorrer até o fim do ano.